Após dois dias de paralisação, os professores da rede municipal de ensino de Curitiba encerraram a greve no início da tarde de ontem. Com isso, as 184 escolas da capital geridas pela prefeitura amanhecem com as atividades normalizadas hoje, segundo a Secretaria Municipal de Educação. A decisão de voltar ao trabalho foi tomada em assembleia, depois que a categoria obteve apoio político da Câmara de Vereadores para negociar com a prefeitura a redução do prazo de implantação do plano de carreira do magistério municipal.
A primeira tentativa de acordo entre docentes e Executivo, na tarde da segunda-feira, terminou frustrada. A proposta do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) de implantar o novo plano de carreira da categoria até o fim do ano não foi aceita pelo município. A justificativa é de que não existe recurso financeiro e de pessoal para antecipar os 24 meses necessários para a implementação total do plano, após aprovação pelo Legislativo.
Em uma reunião com os grevistas, ao meio-dia de ontem, vereadores se dispuseram a mediar o diálogo entre docentes e executivo, segundo o líder do prefeito na Câmara, Pedro Paulo (PT). "Apoiamos a causa deles, mas deixamos claro que é uma mudança que não depende de emenda, de medida da Câmara. Não podemos fazer alterações que impliquem aumento ou adiantamento de recursos. Isso é atribuição do Executivo."
A partir da próxima semana, uma comissão formada por cinco vereadores e cinco membros do Sismmac vai analisar possibilidades de alteração no orçamento municipal, na tentativa de viabilizar o plano em um prazo menor. Na segunda-feira, o secretário municipal de governo, Ricardo Mac Donald Ghisi, havia sugerido uma análise das contas da prefeitura por contadores do sindicato. "Se acharem uma alternativa, ótimo. Nós procuramos e não achamos", disse, na ocasião. De acordo com o vice-presidente do Sismmac, Rafael Furtado, o objetivo da comissão é identificar de qual parte do orçamento pode sair o recurso para atender à reivindicação dos docentes.
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