Professores de todo o Brasil fazem hoje uma manifestação para reivindicar o piso salarial nacional da categoria. Apesar de já estar em vigor há mais de um ano, alguns estados ainda não implementaram a medida. No Paraná haverá uma paralisação de 24 horas. Os docentes pedem um aumento de 25,97% mais a reposição da inflação do último ano (cerca de 4,3%). Os professores paranaenses são os profissionais com curso superior mais mal remunerados no quadro de funcionários estaduais. No estado, a categoria ganha R$ 1 mil para uma jornada de 40 horas. Hoje, o piso nacional é R$ 1,3 mil.
Os docentes se reunirão hoje pela manhã em Curitiba na Praça Santos Andrade e seguem em carreata até o Centro Cívico. São esperadas entre 5 mil e 7 mil pessoas, e o trânsito pode ter problemas. Haverá ainda manifestações regionais. Próximo ao meio-dia, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP) se reúnem com o governo estadual para negociar. "Não estamos pedindo nada absurdo. Tudo foi planejado para caber no orçamento anual. Precisamos da equiparação com os demais profissionais que têm curso superior", diz a presidente da entidade, Marlei Fernandes de Carvalho. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) ainda não tem uma contraproposta. Segundo a APP, por enquanto não há previsão de mais paralisações.
Em Brasília, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) farão uma reunião com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a constitucionalidade da lei que instituiu o piso nacional. De acordo com a categoria, muitos estados não pagam o valor integral porque dizem que a legislação ainda está sob apreciação.
Funcionários
Além da reivindicação salarial, a APP pede mais funcionários para os setores administrativos e de serviços gerais nas escolas. Ontem pela manhã, funcionários do Colégio Estadual Leôncio Correia, no bairro Bacacheri, realizaram um protesto. Eles afirmam que são apenas oito funcionários de serviços gerais para cuidar de cerca de 20 mil metros quadrados de área construída. As aulas não foram prejudicadas, pois os professores trabalharam normalmente.
Funcionários de outras escolas próximas ao Colégio Leôncio Correia também participaram da manifestação. "Esse problema existe no estado inteiro, mas algumas escolas não têm como trabalhar com esse número mínimo de profissionais", disse Tereza Lemos, que é professora no Colégio Leôncio Correia e presidente do núcleo Curitiba Norte da APP-Sindicato. Tereza afirma que são 67 turmas e cerca de 2,1 mil alunos no Leôncio Correia e apenas 8 funcionários de serviços gerais para trabalhar.
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação afirmou que o Leôncio Correia tem 8 auxiliares de serviços gerais no turno da manhã, 15 no turno da tarde e 7 à noite. O órgão diz que irá contratar profissionais até o fim da semana por meio de um Processo Seletivo Simplificado (PSS) realizado em 2009. Há ainda cerca de 3 mil candidatos esperando para assumir uma vaga. Eles foram aprovados no último concurso realizado pela Seed.