Os professores das escolas estaduais paranaenses fazem hoje um dia de manifestação para lembrar os 20 anos do protesto reprimido pela polícia no Centro Cívico, em Curitiba. O Dia de Luto e Luta é organizado todos os anos para reivindicar melhorias para a categoria. A concentração será na Praça Santos Andrade, às 9 horas. Depois, os manifestantes seguirão em caminhada até o Centro Cívico.

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Atualmente, a principal demanda da categoria é a equiparação salarial com os demais funcionários públicos estaduais. "Temos a mesma formação superior e uma remuneração muito mais baixa", afirma Isolde Benilde Andreata, que presidia o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato) em 1988. Há dez dias a Assembléia Legislativa aprovou um reajuste de 10%, mas ainda seria necessário um aumento de 25,97% para eliminar a defasagem em relação aos demais funcionários de nível superior.

Neste ano, a APP-Sindicato também está defendendo a dobra do padrão. Atualmente, os professores que trabalham 20 horas e desejam ter uma jornada de 40 têm de fazer novo concurso. A entidade reivindica que o aumento de carga horária seja automático. O atual presidente do sindicato, José Lemos, afirma que este processo já ocorre em outros estados do Brasil. "Quando o docente tem de fazer um novo concurso é como se ele fosse dois profissionais para o governo e isso é prejudicial na hora de se aposentar", diz.

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Outra demanda é a eqüidade entre a aposentadoria de professores, pedagogos e diretores. "Quando o diretor é eleito, os três anos que ela fica no mandato não contam para sua aposentadoria", explica Lemos. Ele afirma, no entanto, que o diretor continua a contribuir para a Paraná Previdência neste período e não recebe o dinheiro da contribuição de volta.

De acordo com o professor Arnaldo Vicente, que participa do Sindicato há mais de 20 anos, a melhoria nas condições de trabalho da categoria se deve justamente as manifestações. "Os avanços conquistados na Constituição Federal e nas demais legislações se devem à organização dos próprios professores", afirma.