A manifestação dos professores e servidores públicos em Cascavel chamou a atenção de quem passava pela Avenida Brasil, no centro da cidade, na manhã desta sexta-feira (29). Com um carro de som que mesclava os sons das bombas e tiros do confronto ocorrido no dia 29 de abril no Centro Cívico, em Curitiba, os manifestantes fizeram uma passeata pela avenida. O barulho era interrompido de tempos em tempos para dar lugar ao silêncio. A maioria dos manifestantes vestia preto.
A marcha foi puxada por estudantes que, com uma peça teatral, representaram as vítimas do massacre. Os servidores seguiram até o chafariz da Praça do Migrante, onde coloriram a água de vermelho, simbolizando o sangue das mais de 200 vítimas que ficaram feridas no confronto com a polícia.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem como “Alô Gaeco, investigue o Beto” e “Fora, Beto Richa”. Boa parte dos motoristas que passava pelo local buzinava em apoio aos professores.
Manifestante solitário
Um aposentado de 65 anos decidiu enfrentar os professores e fazer uma manifestação contra a greve. Com um jornal local em mãos que trazia como manchete a notícia de que merendas estão com data de validade vencida nas escolas por causa da greve, Ubirajara Indígena do Brasil acompanhou toda a manifestação.
Ele teve o jornal arrancado das mãos por um assessor do deputado estadual Professor José Lemos (PT). Houve um bate boca entre ele e alguns professores, mas o manifestante solitário não desistiu do protesto e foi até uma banca e comprou outro jornal que também foi arrancado de suas mãos. Por fim, Ubirajara comprou um terceiro exemplar e continuou sua manifestação.