Os professores municipais de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, saíram às ruas nesta sexta-feira (1º) para protestar contra a criação de um plano de cargos e salários que deve ser votado nos próximos dias pela Câmara de Vereadores. Os professores alegam que o plano prevê a redução de salários e a ampliação da carga horária.
As aulas no município foram interrompidas às 10 horas. Segundo Alfredo Luis Nette, diretor-tesoureiro do sindicato dos professores, cerca de 500 professores, dos 1.200 sindicalizados, protestaram em frente à Câmara na parte da manhã, depois seguiram em carreata até a prefeitura.
Os manifestantes foram recebidos por uma comissão da prefeitura. Dentre os membros da comissão, estava a secretaria de Educação do município Ivana Chemelo Opis. "Os professores foram contratados para trabalhar 20 horas, mas estão fazendo apenas 16 horas", explicou. Segundo ela, o edital do concurso público realizado em 2001 previa que todos os aprovados deveriam cumprir a carga de 20 horas, mas os professores de quinta a oitava série estariam cumprindo quatro horas semanais a menos. "A prefeitura está pedindo o cumprimento do horário".
Sobre o corte de salários, Ivana confirmou que em alguns casos, como professores com menos de dois anos de contrato, podem ter uma pequena redução. Mas, segundo ela, seria por pouco tempo: "Foi feita uma tabela enquadrando todo mundo. Com o tempo, os professores irão ganhar mais".
O projeto que institui o plano de cargos e salários foi encaminhado na quinta-feira (30) para Câmara e, a pedido da prefeitura, deve ser votado ainda este ano. Os professores apresentaram um projeto paralelo onde propõe a isonomia salarial.
Para o professor da segunda série, Hector Paulo Burnagi, a discussão sobre carga horária é apenas uma das reclamações. Um dos principais pontos defendidos pela categoria é a isonomia salarial, onde professores com nível superior ganhariam o mesmo piso. O piso atual para professores com nível médio hoje é de R$ 504,47 e de superior R$ 956,87. Muitos professores com nível superior, porém, estariam recebendo como nível médio. "Tem até professor com mestrado que não recebe pela diplomação", contou.
Uma assembléia pública com os professores de Araucária está marcada para a quarta-feira (6). Se o projeto oficial da prefeitura não sofrer mudanças nos pontos reivindicados os professores ameaçam iniciar uma paralisação.
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