Um projeto de lei em discussão na Câmara Municipal de São Paulo prevê o pagamento de adicional de periculosidade a professores da rede municipal. Segundo uma pesquisa recente, professores dizem que já é um risco trabalhar em algumas escolas públicas. O levantamento, feito em 167 cidades paulistas, mostra que 40% dos professores entrevistados contaram que já tinham sofrido algum tipo de agressão verbal ou física no ambiente escolar. Foi com base nessa pesquisa que um vereador propôs a lei, que tem causado polêmica.
O número de professores agredidos pode chegar a quase 71 mil, entre os 162 mil da rede estadual. Especialistas e autoridades tentam encontrar saídas para motivar a categoria.O projeto da Câmara Municipal pretende igualar a atividade do professor a de profissionais que correm riscos, como policiais. Pelo projeto, quem dá aulas em regiões mais violentas, passaria a ganhar um adicional de periculosidade de 30% sobre o salário.
O presidente do Sindicato dos Profissionais de ensino do município diz que a categoria precisa ganhar melhor e ser mais valorizada, mas não dessa forma. "Trabalhar como professor não é periculoso. É uma atividade de risco? Então, nós precisamos ter políticas públicas que eliminem o fator de insegurança, de indisciplina, de violência no entorno da escola ou dentro dela", diz Cláudio Fonseca.
O projeto de lei que está em discussão na Câmara Municipal de São Paulo foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, mas ainda precisa passar por outras comissões antes de ir para votação em plenário. Depois de duas votações, segue para a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT).
Atualmente, a rede municipal de ensino da capital tem 64 mil professores.
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