Os professores da rede municipal de ensino de Curitiba suspenderam mais uma vez a greve que afeta o funcionamento em diversas escolas da capital desde o último dia 21. Em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (24), a categoria optou por voltar às salas de aula já a partir de segunda-feira (27), embora mantenha o estado de greve. Na prática, isso significa que os professores podem voltar a cruzar os braços a qualquer momento.
A decisão foi tomada um dia após a reunião entre o sindicato que representa a categoria (Simmac) e o prefeito Rafael Greca. No encontro, a prefeitura apresentou as contas do município e as razões que impossibilitam atender imediatamente às pautas dos professores, que incluem a adoção imediata do plano de carreira e novas contratações.
Essa não é a primeira vez que a greve é suspensa. Iniciada originalmente no último dia 15, ela foi suspensa no dia seguinte e retomada no dia 21 logo após o prefeito apresentar intenção de alterar o funcionamento do Instituto de Previdência dos Servidores do Município (IPMC). Além disso, várias tentativas de negociação foram realizadas ao longo desses dias, mas sem chegar a um consenso.
Para a professora Andressa Fochesatto, uma das diretoras do Sismmac, a suspensão da greve não deve ser vista como um retrocesso, mas o início de uma nova etapa de mobilização. “Esses dias de greve foram bastante vitoriosos. Conseguimos pressionar o prefeito e fazê-lo nos receber. Tivemos uma conquista, mas não as respostas que queremos. Então agora é hora de usarmos outras ferramentas”, explica.
Entre essas ações está um ato no próximo domingo (26), no Parque Barigui. A ideia é aproveitar as comemorações relacionadas ao aniversário de Curitiba que serão realizadas no local para chamar a atenção e seguir pressionando o prefeito. Além disso, o calendário de mobilizações do Sismmac inclui ainda outras atividades na Câmara Municipal, como o ato realizado na quinta. “A prefeitura vai encaminhar um pacote com ajustes aos vereadores e nós vamos acompanhar essa votação”, afirma Andressa.
Segundo a Secretaria de Educação, 28 das 185 escolas da rede municipal não funcionaram nesta sexta-feira e outras 27 fizeram atendimento parcial.
Novas ações e boicote
Mesmo com os professores voltando às salas de aula a partir da próxima semana, as ações de protestos não devem parar, como o próprio sindicato faz questão de frisar. “Queremos levar o diálogo para a comunidade. Vamos continuar com a panfletagem”, explica a diretora do Sismmac.
Além disso, a assembleia dos professores definiu também a realização de alguns boicotes a ações organizadas pela prefeitura, o que inclui alguns cursos que devem ser ofertados ao magistério. Para Andressa, a ideia de não participar da semana inicial dessas atividades é uma forma de mostrar à administração municipal que a valorização da categoria não depende apenas dessa capacitação, mas de outros pontos, como o próprio plano de carreira.
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