Uma médica argentina de 35 anos recebeu simbolicamente hoje (23) em Porto Alegre a primeira inscrição emitida por um Conselho Regional de Medicina no país para profissionais do programa Mais Médicos formados no exterior.

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A médica Marcela Steiger ganhou das mãos de um secretário do Ministério da Saúde um certificado que autoriza o início dos trabalhos em uma unidade básica de saúde no bairro Serraria, a 18 km do centro da capital gaúcha.

Além dela, um médico da Guatemala também recebe hoje formalmente em Porto Alegre a sua inscrição profissional no Brasil. Os dois ainda não começaram a atender porque o primeiro dia será dedicado a conhecer a rotina de trabalho e a preparar as agendas.

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Em rápida declaração a jornalistas, Marcela disse apenas que está feliz com a oportunidade de trabalho e que pretende ajudar a população. Questionada por um repórter, também disse que conseguiu aprender o português antes de começar a atender.

A unidade estava sem médico havia três meses, gerando reclamações da população. O posto de saúde, que funciona em uma apertada casa do bairro, atende 5.800 moradores.

Após questionamentos do governo federal e uma decisão expedida pela Justiça, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul aceitou liberar na semana passada os primeiros 19 registros do Mais Médicos no país.

Hoje, o secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do ministério, Mozart Sales, foi pessoalmente à sede do conselho retirar essas 19 inscrições. Acompanhado do secretário da Saúde de Porto Alegre, Sales teve uma rápida reunião com o presidente do órgão, Rogério Wolf de Aguiar.

O dirigente do conselho reafirmou a jornalistas que a revalidação do diploma desses médicos daria "mais segurança" ao programa, mas disse que a União se "responsabilizou" pela veracidade dos documentos entregues pelos profissionais formados fora do Brasil.

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No Estado, ainda há 22 pedidos de registros pendentes que devem ser liberados nos próximos dias. Dois deles são de médicos cubanos, que já chegaram ao Brasil por meio de um convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde.

Demora

Parte dos médicos cubanos, ainda sem registro, já está nas cidades onde irão trabalhar. Sales disse que a demora na formalização das licenças de trabalho não atrapalha o programa.

"O médico de família, ao chegar na comunidade, tem uma série de atividades de importância que ele pode fazer: avaliação do território sanitário, das famílias, do número de diabéticos, de hipertensos, de gestantes. Ele pode levar alguns dias nessas tarefas que fazem parte da atuação antes de iniciar a atividade de atendimento."

O secretário citou ainda pesquisas que mostram apoio da população ao Mais Médicos e afirmou que o plano tem "segurança jurídica".

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