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Planejamento

Para estudar fora, aprender idioma é a primeira ação

Desde que entrou para o curso de Engenharia Elétrica, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o jovem Paulo Renato Guenther, de 20 anos, queria estudar fora do país. Depois de buscar por oportunidades na própria universidade, o estudante encarou a seleção do Ciência Sem Fronteiras e embarcou para a Alemanha na segunda semana de janeiro.

Ele conquistou uma bolsa para estudar engenharia na Hochschule Beggemnborf, na cidade de Deggendorf, na região da Bavária. Apesar de as aulas só começarem em março, Guenther foi antes para aproveitar o curso de alemão, ofertado pelo governo.

Antes de ir, o jovem já havia cursado dois anos de um curso de alemão no Brasil. Aqui, recebeu uma parte do dinheiro, para compra de passagens e instalação no país de destino. Na Alemanha, ele vai morar em um alojamento da universidade.

Sobre a mesada – de 870 dólares por mês – o estudante não tem receio. "Fazendo as contas, esse dinheiro dá na tampa para sobreviver. Para viajar, fazer compras, precisa de mais grana", pondera.

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Ciência Sem Fronteiras

Mais informações no site www.cienciasemfronteiras.gov.br ou pelo telefone 1800 616161. As inscrições terminam no dia 25 de janeiro, às 23h59 (horário de Brasília). Candidatos terão suporte até às 18h30 do mesmo dia. Os formulários estavam disponíveis desde 27 de novembro do ano passado.

Vários universitários têm o desejo de estudar no exterior, mas em muitos casos o sonho esbarra na falta de oportunidades na área, no desconhecimento do idioma e na incapacidade de se manter vivendo fora do país. Quem quiser tentar uma chance e estudar fora com uma ajudinha do governo tem até o dia 25 de janeiro para se inscrever no programa Ciência Sem Fronteiras, que seleciona candidatos para cursar a graduação sanduíche em universidades de outros 15 países com o pagamento de bolsas de auxílio.

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O prazo de inscrição, que acabaria no dia 14 de janeiro, foi prorrogado devido à intensa procura e problemas enfrentados pelos estudantes, que tinham dificuldade em classificar os cursos. O programa tem como objetivo consolidar as áreas de tecnologia e inovação, promovendo intercâmbios estudantis que vão desde a graduação até o pós-doutorado.

O benefício prevê, além do pagamento de uma bolsa, depositada a cada três meses, auxílio para a compra de livros didáticos e para a instalação no país e seguro saúde, na moeda vigente do destino. Além disso, estudantes que vão para 96 cidades, como Tóquio e Londres, recebem uma verba adicional, destinada aos centros urbanos com custo de vida mais alto.

Quem quer participar do programa, porém, deve estar preparado para os imprevistos: no ano passado, vários estudantes reclamaram que suas bolsas não estavam sendo depositadas no prazo correto. Na época, o governo justificou que o atraso no pagamento das bolsas ocorreu por causa da implementação de um novo sistema de pagamento. A reportagem da Gazeta do Povo questionou o governo federal sobre a situação atual do sistema, mas não obteve nenhuma resposta.

Experiência

A jovem Ísis Daou, estudante de design na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), está na Alemanha desde o ano passado, onde estuda na Fachhoschule Köln, a faculdade de ciências aplicadas de Colônia. Ela conta que apesar de o programa ser voltado à tecnologia e inovação, que estão relacionadas ao design, foi difícil arrumar uma oferta para a área, porque havia poucas vagas. Por outro lado, também não havia tantos concorrentes.

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Na Alemanha, Ísis mora em um tipo de república, onde divide o apartamento com duas meninas alemãs. Ela conta que o dinheiro da bolsa é suficiente, porque a Alemanha tem um custo de vida menor que de outros países europeus. "Minhas maiores despesas são aluguel e alimentação, que a bolsa cobre muito bem. No meu estado, o transporte é de graça", comenta.