Brasília Os programas dos dois principais candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), mostrarão mais semelhanças do que diferenças entre as suas diretrizes partidárias. O presidente e o ex-governador se apresentam com uma plataforma de figurino "social-democrata", defendendo a ação do Estado para estimular a atividade econômica e promover a justiça social. Eles também falam em reduzir a carga tributária, controlar, racionalizar o gasto público, aumentar os investimentos e melhorar os serviços de saúde e educação.
Lula lançará o programa de governo amanhã e Alckmin promete para esta semana um pacote com medidas de combate à corrupção. Os dois optaram por textos mais genéricos, que abordam temas, mas não explicitam ações concretas.
Em muitos casos, o discurso se choca com a prática, como a defesa que Lula fez na semana passada de uma carga de impostos "mais leve". Em três anos, a carga na esfera federal cresceu cerca de R$ 40 bilhões, mas o PT argumenta que o aumento foi maior no governo FHC.
Alckmin tem mostrado que no governo de São Paulo reduziu o peso dos impostos e promete fazer o mesma no Planalto. No documento "Caminhos para o Desenvolvimento", o PSDB destaca que "é necessário extinguir muitas contribuições e impostos", mas não explica como e em que prazo faria isso, sem pôr em risco o equilíbrio fiscal.
O coordenador da campanha tucana, João Carlos Meirelles, admite que 2007 será "extremamente apertado" e será preciso definir prioridades. "Não existe mágica, a não ser em discursos levianos e irresponsáveis, o que não é o nosso caso."
A cúpula do PT também trocou metas numéricas por compromissos genéricos, para evitar posteriores cobranças, como neste mandato "Nosso programa é um texto mais político, mostrando a situação em que encontramos o país e o que faremos nos próximos anos. São compromissos gerais de governo. Não haverá detalhamento", afirma o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).
Uma ambigüidade dos presidenciáveis é sobre a armadilha fiscal em que o país está: o gasto que mais cresce é justamente o de programas assistenciais, como os benefícios pagos a pobres, aposentados rurais, idosos e deficientes. Mas nenhum deles ousa, pelo menos agora, propor medidas impopulares para lidar com o problema.
Na economia há pequena diferença de tom. O PSDB ousa um pouco mais, bombardeando o assistencialismo que Lula adota. Alckmin critica a valorização excessiva do real e seus efeitos sobre o agronegócio. Mas mudança mesmo na política econômica, nenhum deles propõe.
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