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Estacionar veículo em local proibido é uma infração que pode resultar em multa de até R$ 191, além de sete pontos na carteira (com 20, a habilitação é suspensa). A pena, no entanto, não inibe uma parcela significativa dos motoristas. Há várias ruas em Curitiba onde as placas e faixas de "proibido estacionar" são ignoradas, principalmente nas proximidades de universidades. Normalmente, nesses locais a fiscalização é frágil, o que estimula a reincidência na infração.

Há desde automóveis que passam o dia em local proibido até motoristas que estacionam para dar uma "passadinha rápida ali na loja da esquina". Todas situações que prejudicam o trânsito da cidade, principalmente porque a faixa em que os carros estão parados deveria servir à passagem dos automóveis em trânsito.

A Diretran (Diretoria de Trânsito) da capital registra, em média, 260 multas por dia relativas a esse tipo de infração. Mas boa parte das infrações não são penalizadas. E o que não falta para os motoristas infratores são desculpas. "Só estou esperando minha filha; vários pais param aqui", justificou-se a funcionária pública Tereza Closs, flagrada esta semana parada em fila dupla na frente da Faculdades Essei, ao lado do Teatro Paiol."As vagas para estacionamento, quando estão disponíveis, ficam longe e são escuras. Aqui é perigoso e não há policiamento."

Já o publicitário Cláudio Freire, que estacionou seu carro em pista com faixa amarela, perto da Faculdades Curitiba, na Rua Chile, reclama da falta de espaço adequado para parar o carro. "Não existem vagas livres esse horário [20h30] e não há outro lugar para parar. Mas é rápido, só estou esperando minha mulher."

Vivência

Carros estacionados em local proibido, parados em fila dupla, brigas de trânsito e até assalto a motoristas que esperam o trânsito andar. Situações como essas são comuns ao comerciante Everson Fernandes. Ele vende lanches em frente à Uniandrade da Rua João Negrão. "Os problemas no trânsito são muitos e a Diretran quase nunca aparece para fiscalizar, só passa", conta ele. "É um absurdo o que vemos aqui todas as noites. Fila dupla já se tornou normal. Som alto é constante", completa Giovane Balock, que tem comércio em frente à PUC, no Prado Velho.

A reportagem da Gazeta do Povo percorreu as ruas próximas a cinco universidades e duas vias-rápidas (Portão e Santa Cândida) durante quase três horas de ronda esta semana. Nesse período não apareceu nenhum carro da Diretran para fiscalizar os carros estacionados em lugar impróprio. "Eles só aparecem aqui em dia de chuva, e olhe lá", diz o contador Fábio Russi, estacionado na Rua Chile. "É bem difícil passarem por aqui e, quando vêm, só mandam a gente sair", conta a professora Cleide Campos.

Segundo a assessoria de imprensa da Diretran, as rondas no período da noite em todas as faculdades são procedimento padrão, devido ao grande movimento de veículos e ao volume de reclamações recebidas em virtude de carros estacionados em pontos de ônibus e de táxi, entre outros. A fiscalização evita multar, restringindo-se a alertar os motoristas em situação irregular. O trabalho, de acordo com a Diretran, é preventivo e busca evitar os chamados "nós" no trânsito. O problema é que quando a fiscalização vai embora, os carros voltam. Dos 150 agentes do órgão, informa a assessoria, 26 participam das rondas.

De acordo com o Detran (Departamento de Trânsito do Paraná) existem 931 mil motoristas na capital. De janeiro a setembro, o órgão emitiu em todo o estado, 8.353 multas para veículos estacionados irregularmente. Esse número, no entanto, não inclui as multas emitidas pelos 14 órgãos municipais de trânsito, como a Diretran.

Somente em agosto, infrações resultantes de estacionamento em Curitiba somaram mais de 8 mil multas (números da Diretran e do Batalhão de Polícia de Trânsito.

Serviço: Informações ou denúncias relativas a infrações de trânsito podem ser feitas pelo número 156. Em casos de acidentes de trânsito, o órgão a ser acionado é o BPtran, no número 190.

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