Cerca de R$ 8 milhões, oriundos do Programa de Segurança Ferroviária (Prosefer) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), já estão reservados para a elaboração do projeto do Plano Diretor Multimodal de Curitiba, cujo principal ponto é a implantação de um desvio ferroviário para os ramais de linhas que atravessam a cidade. O anúncio foi feito ontem pelo diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot.
Pagot esteve em Curitiba para discutir com prefeitos da região metropolitana e técnicos a nova proposta elaborada pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), em parceria com a Superintendência Estadual do Dnit. A nova proposta substitui o antigo projeto de contorno ferroviário, parado desde 2002 por falta de licenciamento ambiental.
A estimativa é que nos próximos dois meses sejam concluídos estudos preliminares pelo Ippuc. Em seguida, o projeto poderia ser licitado, segundo Pagot. A previsão, então, é que seja concluído em seis a nove meses. De acordo com Pagot, em abril de 2010 já seria possível abrir a licitação para a execução das obras. "Este é um problema que se discute há 40 anos. Agora, conseguimos definir um traçado que gera economia, oportunidade e reduz o conflito urbano", afirmou.
Os recursos para a execução ainda não estão garantidos, contudo. Durante o evento, o prefeito Beto Richa (PSDB) pediu a Pagot para que a obra fosse financiada pelo governo federal. Pagot respondeu que o dinheiro para o projeto estava resolvido e que, agora, era necessário resolver a equação das obras. "Construiremos um arcabouço financeiro necessário. Precisamos incluir esta obra no Plano Plurianual e no orçamento de 2010", disse Pagot.
Projeto
A proposta elaborada pelo Ippuc prevê que um desvio ferroviário seja construído a oeste de Curitiba junto aos contornos rodoviários norte e sul. A leste, o desvio ferroviário seria feito junto aos diques do canal extravasor do Rio Iguaçu. O Plano Diretor Multimodal contempla, ainda, uma rede metropolitana de ciclovias e a integração com os transportes rodoviário, aéreo e marítimo. Os dois ramais de contorno ferroviário devem custar cerca de R$ 498 milhões. Outros R$ 74 milhões seriam aplicados em desapropriações e R$ 184 milhões em central de cargas, oficinas etc. A implantação das ciclovias e a revitalização das áreas não estão orçadas.