A implantação de um anel viário ao redor do centro de Curitiba, projeto anunciado no ano passado pela prefeitura, deve atrasar cerca de nove meses. As obras deveriam ser entregues neste mês, de acordo com o cronograma inicial. Mas o projeto, concebido para desviar o tráfego do anel central e aliviar o trânsito dentro dele, sequer entrou na etapa de licitação. O primeiro anel viário da cidade vai ser formado por um sistema binário de vias, com sentido horário e anti-horário (veja infográfico).

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O atraso na implantação do anel ocorreu porque os estudos das ruas que farão parte do traçado demoraram mais do que o previsto, justifica Edson Seidel, assessor do Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o órgão da prefeitura responsável pelo projeto. Segundo ele, era preciso fazer levantamentos topográficos e da pavimentação das ruas – todas com grande fluxo de carros, o que exigiu que os levantamentos de campo tivessem que ser realizados somente em horários de pouco movimento ou aos fins de semana.

A fase de estudos do anel viário, porém, já foi concluída. Agora, explica Seidel, a prefeitura está enviando toda a documentação e o projeto técnico ao governo do estado, que deve financiar integralmente a obra por meio do programa Paranacidade, da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Urbano. O custo do projeto é de R$ 17,5 milhões.

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A expectativa da prefeitura é de que o projeto esteja completamente aprovado pelo governo do estado dentro de um mês. Depois, o processo de licitação deve demorar entre 45 e 60 dias. As obras vão levar pelo menos mais seis meses, estima Seidel. A entrega do projeto, portanto, deve ficar para o primeiro semestre do ano que vem.

Para que o anel viário seja implantado, não haverá a abertura de novas ruas. Mas as obras devem mudar a cara de algumas das vias mais conhecidas do curitibano. A Rua Engenheiro Rebouças, por exemplo, deve ser alargada no trecho entre a Avenida Marechal Floriano Peixoto e a Praça do Atlético. A Rua Buenos Aires, próximo à Arena da Baixada, que é pavimentada com paralelepípedo e tem pouco movimento, deve ganhar asfalto e ficar com trânsito intenso. Na região dos bairros Rebouças e Prado Velho, o cruzamento da Brasílio Itiberê com a Conselheiro Laurindo, onde antes havia a linha férrea, deve ser rebaixado (hoje há uma pequena rampa no local). Nas Mercês, a Rua Teffé será prolongada até a Júlio Perneta.

Além disso, diversos trechos do anel serão recapeados e ganharão nova sinalização. O sistema binário também terá 24 semáforos inteligentes, capazes de abrir e fechar de acordo com o fluxo de carros medido a partir de sensores instalados na pista. Isso permitirá que os sinaleiros abram durante um tempo maior para as ruas que estão mais congestionadas. Todos os outros 176 semáforos das ruas envolvidas no projeto serão sincronizados, o que deve permitir um deslocamento mais rápido para os automóveis. Cerca de metade do custo do projeto é com o novo sistema de sinalização por semáforos.