Uma professora experiente mostra aos alunos que ler e interpretar dados é o ponto de partida para entender a matemática. Em um município longe dali, o desafio é apoiar estudantes com dificuldades de aprendizagem, encaminhados para um contraturno que é a única esperança de progredirem na escola. Em outra região do Paraná, a docente se empenha em ajudar as crianças a perceberem que estão sempre diante de escolhas importantes.
Essas três mulheres, que fazem parte de redes municipais de ensino, encontraram no jornalismo uma ferramenta poderosa para trazer o mundo real para dentro da sala de aula. Essas e outras experiências foram homenageadas nesta terça-feira (28) durante o Seminário de Educação e Leitura promovido pelo projeto Ler e Pensar, do GRPCom - Grupo Paranaense de Comunicação.
Na categoria Prática Pedagógica, as três premiadas foram as professoras Elvira do Rocio Bezerra Geraldo, da Escola Municipal Professor Joaquim Tramujas Filho, no Conjunto Porto Seguro, em Paranaguá, com o trabalho "Matemática é Ler e Pensar"; Vanessa Cristiane de Souza, da Escola Municipal Marcos Nicolau Strapassoni, do Jardim Santa Rosa, em Campina Grande do Sul, que desenvolveu "O Uso Lúdico do Jornal como Bússola para o Conhecimento"; e Débora Gabriel Essig de Mattos, da Escola Municipal Doutor Linneu Madureira Novaes, da Vila Rio Branco, no município de Castro, que inscreveu seu trabalho "Um Futuro Decente Depende de Escolas Conscientes". Juntou-se a elas a professora Sonia Alves Domingues, da Escola Municipal Paulo Freire, no Sítio Cercado, em Curitiba. Para as quatro, assim como as demais professoras que trabalharam com a Gazeta do Povo ao longo do ano, temas como Copa do Mundo, eleições e até o menino que teve o braço arrancado por um tigre em Cascavel, são ponto de partida para debates, operações matemáticas e composições de textos.
Conexão
No magistério há 20 anos, Sonia Alves Domingues participa do Ler e Pensar há 14. Ela foi premiada como hors-concours, uma categoria criada este ano para reconhecer aqueles que participam do projeto há muito tempo, conta Fernanda Cotrim, do corpo técnico do Instituto GRPCom. "São profissionais, secretarias ou escolas que chegaram várias vezes à final", diz.
"Todo ano é um recomeço", conta a professora Sonia. "Desde o início do ano letivo entro na sala com o jornal embaixo do braço. Leio e comento alguma notícia e até o dia em que noto que a turma está familiarizada e quer trabalhar com o jornal", diz. A professora também envia reportagens para os pais comentarem. "É preciso conectar a aprendizagem com a vida dos estudantes, com a vida das famílias e da comunidade", explica.
Além da premiação às professoras, o Ler e Pensar tem outras duas categorias. Na categoria Compromisso, que reconhece o trabalho de secretarias municipais de educação, foram premiadas Lapa, Piên e Castro. Curitiba levou o prêmio de hors-concours pelo apoio dado aos professores e professoras que se interessam pelo projeto. A categoria Mobilização prestou homenagens às escolas. As quatro premiadas foram as escolas municipais Marcos Nicolau Strapassoni, do Jardim Santa Rosa, em Campina Grande do Sul, a Professor Gunther Urban, de Campo do Tenente; e a Rui Valdir Pereira Kern, do Conjunto Itapira III, em Quatro Barras.
O premiado hors-concours foi a escola Bortolo Lovato, do bairro de Tranqueira, em Almirante Tamandará. Nesta quarta-feira (29), também no Guaíra, a programação prossegue com um evento que premia estudantes que participaram de concursos culturais do Ler e Pensar.
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