A idéia de declarar independência das grandes editoras e conceber um livro didático próprio surgiu no ano passado. Desde 2003, a SEED desenvolve o projeto Folhas, como parte do Programa de Formação Continuada dos Professores, que estimula os docentes a produzir materiais que subsidiem as atividades de ensino médio em sala de aula.
A partir de uma pergunta, indagação ou motivação (como preferem chamar alguns educadores), o professor-autor desenvolve uma linha de raciocínio que estimula o aluno a refletir e procurar as respostas. Tudo isso em uma única folha. O envolvimento dos docentes foi tão grande que o projeto evoluiu para a confecção dos livros.
O tempo curto de produção (seis meses), no início um prato cheio para a crítica, deixou de ser uma preocupação na medida em que ficou definido que o conteúdo das disciplinas não será esgotado no livro. "A idéia não é dar conta de todo o conteúdo do ensino médio. O diferencial é ganhar em aprofundamento, algo que no entendimento da Secretaria de Educação (SEED) havia sido abandonado", diz o coordenador do projeto, Jairo Marçal, em função da cultura do "decoreba" voltado aos vestibulares.
"O livro não é um material acabado, que vai ser levado para a vida toda. Estamos preocupados em formatar um material que não estresse, desperte o interesse e seja mais apropriado à idade do aluno, já que estamos falando de adolescentes", diz a professora Deizi Cristina Link, que integra a equipe que elabora o conteúdo do livro de Língua Portuguesa e Literatura. (SLD)
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