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hidrelétricos

Projetos podem operar antes das unidades do Rio Madeira

Boa parte dos projetos hidrelétricos paralisados pode sair do papel, se o governo tiver o mesmo empenho dedicado às usinas do Rio Madeira. Especialistas do setor defendem a idéia de criar um grande mutirão para resolver os problemas dessas usinas, que poderiam entrar em operação antes das unidades do Rio Madeira e ajudar o Brasil nos períodos críticos previstos para 2009, 2010 e 2011. "Se isso não ocorrer, o governo vai ter de lançar mão de outras fontes de energia, como o óleo e o carvão, para aumentar a oferta do sistema", afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires. Na opinião dele, o governo está olhando lá na frente e não vê o cenário que se aproxima. Mas ainda há tempo para destravar as hidrelétricas, diz ele. "Pena que não vejo nenhum movimento nesse sentido."

O Ministério de Minas e Energia, no entanto, garante que as ações para destravar projetos licitados em outros governos já estão dando frutos. De um total de 45 empreendimentos concedidos até 2002, 18 estão em pleno funcionamento, 17 em construção e apenas 10 têm pendências. Entre as usinas licitadas após 2002 ou que ainda serão licitadas, o ministério destaca algumas unidades que ainda contam com pendências. Trata-se de Salto Grande (53,4 MW), Telêmaco Borba (120 MW), Ipoeiras (480 MW), Baixo Iguaçu (340 MW) e Cambuci (50 MW).

Outro problema difícil de ser resolvido é o fato de muitos licenciamentos dependerem de secretarias estaduais. Durante algum tempo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve um convênio com os Estados para tentar solucionar o problema, mas a cooperação terminou há algum tempo.

No Paraná, onde há duas hidrelétricas (Cachoeirinha e São João) e várias Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) paradas, o licenciamento está suspenso. Isso porque o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), vinculado à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, aguarda a conclusão do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que deverá apontar as fragilidades e potencialidades dos rios e bacias hidrográficas para a construção de barragens. A conclusão do zoneamento está prevista para o início do próximo ano.

Em Minas Gerais, o analista ambiental da Superintendência da Região Central de Meio Ambiente, André Ruas, afirma que o número de processos é muito elevado para uma equipe tão reduzida. Ele explica que o principal problemas das duas hidrelétricas localizadas no estado é a questão do reassentamento das famílias "Os empreendedores estão alterando o projeto para minimizar a área a ser inundada e diminuir a população atingida."

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