Ponta Grossa A promessa era de que, até o fim de 2005, 11 unidades de conservação seriam ampliadas ou criadas pelo governo estadual. Dois anos depois do anúncio, apenas duas áreas foram decretadas como recantos de proteção ambiental. Na edição de ontem, a Gazeta do Povo mostrou que a criação de parques e reservas na esfera federal também não ultrapassou a barreira da formalidade. Pouco mais de um ano depois da assinatura dos decretos, praticamente nada foi feito.
O diretor de biodiversidade e áreas protegidas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), João Batista Campos, reconhece que o avanço paranaense se deu apenas com a implantação do Monumento Natural da Gruta da Lancinha, com 160 hectares (em Rio Branco do Sul), e do Parque de Santa Clara (Candói), com 630 hectares. "Mas está tudo encaminhado", assegura.
O processo estaria em fase de conclusão para a ampliação do Parque do Marumbi (Morretes), que deve crescer 6 mil hectares. A ampliação do Parque do Cerrado (Jaguariaíva) também teria cumprido todo o processo técnico, faltando a assinatura final para que a área aumente em 1,5 mil hectares. Segundo Batista, depois da promessa feita há dois anos, outras novas possíveis unidades de conservação passaram a integrar os planos do governo estadual: o Parque Estadual de Campinhos (Tunas do Paraná), a área de relevante interesse ecológico Cabeça de Cachorro (São Pedro do Iguaçu) e a estação ecológica do Caiuá (Diamante do Norte).
A previsão era de que a iniciativa resultasse na ampliação de 43% da área verde no estado, somando mais 29,8 mil hectares às reservas paranaenses. Mas, na prática, o crescimento foi de 1,08%. Hoje, o estado tem 36 parques, que protegem 69,4 mil hectares. A maioria das possíveis novas unidades fica na região litorânea. Pelo menos três novas áreas visam ampliar as reservas de mata de araucária.
Para o coordenador da Liga Ambiental, Tom Grando, o governo paralisou a política de conservação. Ele lembra que muitas ações são obrigatórias e não deveriam ser somadas como novas iniciativas de proteção. É o caso da reserva de Santa Clara, que foi criada como parte da política de compensação ambiental pela implantação de uma usina hidrelétrica na região.
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