O promotor de Justiça Homero das Neves Freitas Filho, da 1ª Central de Inquéritos Policiais do Ministério Público do Rio, se afastou, nesta quinta-feira (8), das investigações sobre o suposto homicídio de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. Segundo ele, a competência do caso cabe ao Ministério Público de Minas Gerais.

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"O crime foi consumado em Minas. Eles não queriam apenas sequestrá-la, eles queriam matá-la. Não é um crime autônomo, eles sequestraram aqui no Rio e levaram para lá para matar. A competência da Justiça de Minas atrai tudo. O sequestro foi apenas um ato preparatório para o homicídio", disse.

A 38ª Vara Criminal do Rio determinou na tarde desta quinta a transferência do goleiro Bruno e de Luiz Henrique Romão para Minas Gerais, onde está sendo investigado o desaparecimento de Eliza Samudio. O pedido havia sido feito pela Polícia Civil mineira. Bruno e Macarrão devem embarcar ainda nesta quinta num avião da Polícia Civil mineira que aguarda no Aeroporto Santos Dumont, no Centro.

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Em relação à denúncia recebida pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá na quarta-feira, de acordo com o MP, o goleiro Bruno, do Flamengo, e o amigo dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, continuam a responder a ação penal pelo sequestro e lesão corporal praticados em 2009 e investigada pelo MP do Rio.

Eliza está desaparecida desde o início de junho. O goleiro e o amigo se entregaram na tarde de quarta-feira na Polinter do Andaraí, na Zona Norte, após terem a prisão temporária decretada.

Segundo depoimento de um menor também envolvido no caso, Eliza teria sido levado do Rio para Minas Gerais e morta. O menor, que foi até Minas ajudar nas investigações, já retornou ao Rio e está em um centro de triagem e recuperação na Ilha do Governador.

Novo advogado

O advogado que defendia o goleiro, Michel Assef Filho, afirmou nesta manhã que está deixando o cargo. Assef disse que estava defendendo os interesses de Bruno porque ele era um "patrimônio do clube e um dos atletas mais caros do Flamengo". Uma vez que o advogado trabalha para o Flamengo e o clube decidiu pela suspensão do contrato dele, há conflito de interesses, segundo Assef.

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Segundo o advogado, ele não entrou com pedido de habeas corpus para o goleiro. Assef informou ainda que quem assume a defesa do goleiro é o advogado Ércio Quaresma, de Minas Gerais, que já defende a mulher de Bruno e Macarrão.

Michel Assef Filho disse que o atleta negou, na noite desta quarta-feira (7), acusações contra ele feitas por um menor de idade. Ele disse que o goleiro está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça.

As declarações do advogado foram dadas em frente à DH pouco antes das 22h de quarta. "Ele respondeu a todas as perguntas, mas se limitou a dizer que desconhece os fatos e não tem nada a dizer sobre o inquérito que está instaurado aqui. Sobre o de Belo Horizonte, vou tomar conhecimento dos autos amanhã", disse Assef. Ele disse ainda que o goleiro deverá ser levado para Minas Gerais. Segundo o advogado, o menor morava na casa de Bruno na Barra da Tijuca.

Denúncia

Na denúncia, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 17ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, alegou que, em outubro de 2009, os dois sequestraram Eliza Samudio, que estava grávida, e tentaram forçá-la a abortar.

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Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), se condenados, Bruno e Macarrão podem pegar de dois e a oito anos de prisão, pelo crime de sequestro e cárcere privado, agravado pelos maus-tratos contra a vítima, e de três meses a um ano, por lesão corporal.