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TRANSPORTE COLETIVO

Promotor vê elo formal entre viação e advogado consultor da licitação do DF

Garagem da Auto Viação Marechal foi visitada pro promotores e policiais na última quarta-feira (27) | Aniele Nascimento/Aniele Nascimento
Garagem da Auto Viação Marechal foi visitada pro promotores e policiais na última quarta-feira (27) (Foto: Aniele Nascimento/Aniele Nascimento)

Apesar de ainda ter de analisar os documentos apreendidos nesta semana na Auto Viação Marechal e nos endereços do advogado Sacha Reck, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) já rebateu uma das teses do profissional. Para o promotor Rodrigo de Araujo Bezerra, que esteve em Curitiba na última quarta-feira (27), o advogado e a empresa têm “um elo formal”. A viação opera no transporte de Curitiba e Brasília. Ela entrou no mercado distrital após ter vencido um edital de licitação que contou com consultoria do escritório curitibano.

“Esse profissional [Sacha Reck] trabalhou a vida inteira defendendo o interesse de empresários e ele tem um elo formal, uma procuração, da Marechal. Agora veio aqui [no Distrito Federal] trabalhar para o estado. Assim como aí [em Curitiba], também temos uma tarifa técnica muito cara e que a secretaria não dá conta de pagar. Isso talvez reflita o histórico dele [Sacha Reck] na defesa dos empresários”, afirmou Bezerra.

O MPDFT cumpriu três mandados em Curitiba, com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco) do Ministério Público do Paraná. Outros quatro mandados foram cumpridos em Brasília e no estado de Goiás. Um deles em endereços ligados ao ex-secretário do Transporte José Walter Vasques e outro na Câmara Legislativa, onde trabalha uma ex-assessora de imprensa de Vasques.

Os mandados expedidos pela 2ª Vara Criminal de Brasília e fazem parte de um inquérito que apura suposto direcionamento na licitação do transporte da capital federal, realizada em 2011. Nos endereços alvos da operação, foram apreendidos documentos, celulares, tablets, computadores e HDs. Sacha Reck, por exemplo, forneceu documentos aos investigadores e também teve o celular apreendido.

Essa operação realizada nesta semana não tem relação com a sentença proferida pelo juíz Lizandro Garcia Gomes Filho, da 1ª Vara da Fazenda Pública do DF. Na última segunda-feira (25), ele anulou a licitação de Brasília por, entre outros motivos, ver ilegalidade na participação do escritório de Sacha Reck no certame. O magistrado deu 180 dias para que o governo do Distrito Federal refaça a concorrência. Ainda cabe recurso.

O inquérito ainda não aponta para um eventual indiciamento. Mas, Bezerra vislumbra que Sacha Reck possa ser enquadrado no crime de usurpação de função pública. “Essa é uma das hipóteses a ser confirmada. Mas já posso dizer que essa fala dele, de que atuou só para o sindicato [Setransp], não é uma verdade. Trata-se de uma propaganda. Estamos investigando isso tudo e os documentos, possivelmente, confirmarão o que estou dizendo”.

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