A promotora de Justiça Lucia Inez Giacomitti Andrich afirmou ontem que os elementos essenciais para levar o ex-deputado estadual Fernando Carli Filho a júri popular já estão presentes no processo. A decisão sobre como será o julgamento de Carli, que em maio passado se envolveu em um acidente que causou a morte de dois jovens em Curitiba, será tomada pelo juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba. Nos últimos dois dias, Avelar conduziu a audiência em que as testemunhas de defesa e de acusação se pronunciaram sobre o caso.
Carli pode ser levado a júri popular se houver o entendimento de que ele tinha "intenção de matar". Caso contrário, a decisão sobre o caso caberá apenas a um juiz. Para a promotora, o importante é caracterizar a embriaguez e a alta velocidade do ex-deputado no momento do acidente, o que já existe, segundo ela, no processo.
O advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto, não adiantou qual será a estratégia da defesa do ex-parlamentar. "Eu faço a defesa dele [Carli Filho] com base no que está escrito no processo. Para definir a estratégia eu tenho de esperar todos os depoimentos das testemunhas", explicou. A reportagem da Gazeta do Povo procurou o ex-parlamentar por telefone ontem, mas a orientação é que somente o advogado fale sobre a audiência.
Testemunhas
Nos dois dias de audiência, foram tomados os depoimentos de 19 pessoas. Ainda não há uma data prevista para a decisão do juiz. Muito menos há previsão de quando será dada uma sentença de condenação ou absolvição do ex-parlamentar.
Ontem, mais três testemunhas depuseram. No entanto, seis testemunhas de defesa, que moram em Curitiba, não compareceram e outras oito serão ouvidas por carta precatória em outras cidades. Somente depois disso o ex-parlamentar poderá ser ouvido e o juiz deverá determinar como será o julgamento.
Os advogados de defesa de Carli Filho têm três dias para se manifestarem sobre a falta das seis testemunhas. Após ter todos os depoimentos em mãos, o juiz Avelar vai tentar marcar uma audiência para conversar com Carli Filho. "Não é obrigatório. Isso é uma opção dele", disse o juiz.
Perícia
O juiz negou ontem ter autorizado uma perícia no computador do posto de combustível que registrou o acidente nas esquinas das ruas Paulo Gorski e Ivo Zanlorenzi, conforme havia divulgado na quinta-feira o advogado da família Yared, Elias Mattar Assad. Segundo Avelar, ele apenas permitiu o acesso ao computador e, se uma perícia for apresentada no processo, ela poderá ser usada ou descartada. "Não se trata de uma perícia. Se eles fizerem, não quer dizer que eu vou aceitar." O engenheiro perito Walter Kauffmann defende que o vídeo foi adulterado e que parte dele foi suprimido. A principal suspeita é que as imagens tenham sido removidas para ocultar o envolvimento de outro veículo no acidente.
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