O promotor de Justiça Antonio Nobre Folgado acredita que Lindemberg Alves, acusado de matar com dois tiros a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, em outubro do ano passado, deva ser julgado no começo de 2010. Nesta quinta-feira, após uma série de depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa, o juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri de Execuções Criminais de Santo André, na Grande São Paulo, determinou que o jovem seja julgado por júri popular.
- A decisão do magistrado é perfeita e correta. Por conta do recurso da defesa, o julgamento deve demorar ainda mais de um ano. No começo de 2010 ele estará sendo julgado - diz Folgado.
Alves responde por homicídio, tentativa de homicídio, cárcere privado, porte ilegal de armas e periclitação de vida. O crime aconteceu em outubro do ano passado. Lindemberg manteve Eloá e a amiga dela, Nayara Rodrigues, também de 15 anos, em cárcere privado por cerca de 100 horas , no apartamento em que Eloá morava com a família.
A advogada de Limdemberg, Ana Lúcia Assad, recorreu da decisão do juiz durante a audiência. Ela disse que a defesa não teve tempo de ver mais de 110 documentos, entre laudos e DVDs com matérias jornalísticas, que foram juntadas ao processo somente nesta quarta-feira, dia 7 de janeiro. Ela também tentou anular a sessão alegando que o réu não poderia ser interrogado sem a análise detalhada esses documentos.
- O direito de defesa de Lindemberg foi cerceado - disse Edson Pereira, que também defende Lindemberg.
Ana Lúcia disse ainda que a audiência não poderia ocorrer sem a presença de dois policiais que participariam da invasão ao apartamento em que estavam as vítimas (Paulo Sérgio Schiavo e Frederico Mastria). O juiz, no entanto, não acolheu as suas alegações. Ele disse que os laudos não têm relação com a materialidade do crime. De acordo com o juiz, esclarecimentos periciais poderão ser requeridos pela defesa durante a preparação para o julgamento.
O juiz lembrou ainda que foram ouvidas nove testemunhas de defesa, quando o limite constitucional é oito. Uma das testemunhas foi apresentada como testemunha do juízo, atendendo pedido da defesa.
Ao todo, quatorze pessoas foram ouvidas nesta quinta-feira. O depoimento de Limdemberg deveria ser o último, mas ele se manteve calado e de cabeça para baixo durante todo o tempo. Ao ser questionado pelo juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri de Execuções Criminais, ele disse:
- Prefiro me manter calado nesta oportunidade.
Lindemberg matou Eloá com dois tiros, logo depois que a polícia invadiu o apartamento da ex-namorada. A principal testemunha de acusação é a jovem Nayara Rodrigues, de 15 anos, que também ficou no apartamento sob a mira do revólver de Lindemberg no conjunto habitacional Jardim Santo André. Ela foi atingida por um tiro no rosto. Nayara foi a primeira a depor nesta quinta e não quis que o acusado pela morte da amiga ficasse na sala.
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