Temendo uma possível tentativa de resgate do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, durante seu julgamento, marcado para o dia 26 de agosto, o Ministério Público do Rio encaminhou recurso especial à Justiça pedindo a mudança da comarca para o Fórum da Capital. O júri está marcado para ocorrer no Fórum de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O documento foi protocolado pela Promotoria nesta terça-feira (29).
Segundo o MP, a mudança do local de julgamento "tem como objetivo evitar uma possível tentativa de resgate do traficante durante a audiência (...), além de impedir que o poder intimidatório do criminoso naquela localidade influencie os jurados".
Beira-Mar é considerado um dos principais líderes do Comando Vermelho, facção que domina boa parte do tráfico na Baixada. O recurso do MP deverá ser julgado pelos ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Promotores e procuradores que atuam na Subprocuradoria de Justiça pediram que o júri não seja realizado enquanto a corte superior não julgar a questão.
Preso desde 2002, o traficante está no Presídio Federal de Catanduvas, no interior do Paraná, e já tem mais de 200 anos de penas somadas. O júri popular a que será submetido em agosto é pela acusação de comandar a execução de Michel Anderson Nascimento dos Santos, 21, em dezembro de 1999, na Favela Beira-Mar, em Duque de Caxias. Santos, que teria se envolvido com uma das namoradas do traficante, foi submetido à sessão de tortura em que teve pés, mãos e orelhas decepadas, tendo sido obrigado a engolir uma delas.
Em janeiro passado, uma plenária que escolheria os jurados para participar dos júris na 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias foi prejudica por falta de quórum; há a suspeita, não confirmada pela Comarca da Baixada, de que muitos candidatos se ausentaram preocupados com a possibilidade de serem obrigados a julgar Beira-Mar.
Tentativa de resgate termina em morte
No dia 30 de outubro do ano passado, uma tentativa de resgate em um fórum de Bangu, na zona oeste do Rio, resultou na morte de um menino de oito anos e um policial militar que trabalhava na comarca.
Criminosos da facção ADA (Amigo dos Amigos) tentaram resgatar o traficante Alexandre Bandeira de Melo, 40, o Piolho. Ele era chefe do tráfico de drogas no Morro do 18, na zona norte do Rio. O menino Caio da Silva Costa voltava da escolinha de futebol quando foi baleado próximo ao fórum e morreu no local. Ele estava em companhia da avó. Naquele dia seriam ouvidos 23 detentos. A segurança no local estava reforçada, mas isto não intimidou os criminosos.
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