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Segurança

Pronasci é esperança para conter a violência

Róbson Répinho, Carlos China, Wellington Top, João Low e Gustavo Razan: dinheiro federal vai estimular grupos de hip-hop como o do Sítio Cercado | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Róbson Répinho, Carlos China, Wellington Top, João Low e Gustavo Razan: dinheiro federal vai estimular grupos de hip-hop como o do Sítio Cercado (Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo)

O governo federal começou a liberar no mês passado, com um ano de atraso, os primeiros recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). O objetivo é afastar adolescentes e jovens do crime organizado em 11 metrópoles brasileiras onde há registro de altos índices de violência. Uma delas é a região metropolitana de Curitiba.

Pelo menos R$ 10,8 milhões já estão destinados a projetos de ação social, cultura e lazer em Curitiba, Almirante Tamandaré, Araucária, Colombo, Piraquara e São José dos Pinhais. Outros R$ 26 milhões serão repassados para melhorias nas polícias Civil, Militar e científica.

O Ministério da Justiça vai repassar ainda cerca de R$ 13 milhões para a construção da penitenciária de jovens e adultos em Piraquara, no Educandário São Francisco. A meta do governo estadual é criar 2.541 vagas no sistema.

O pacote Pronasci de Curitiba tem como alvo o bairro Sítio Cercado, onde estão serão investidos R$ 5,2 milhões. O dinheiro deve ser usado em promoção social, cidadania, cultura, esporte e lazer para jovens de 15 a 24 anos.

Segundo o coronel Itamar dos Santos, secretário da Defesa Social de Curitiba, os projetos serão desenvolvidos em parques, praças e escolas do Sítio Cercado. Uma das ideias é se aliar a grupos de hip-hop, como os rappers do grupo Realidade Nua e Crua e os dançarinos do grupo de dança Sul Força Break. Eles são pioneiros em ações contra a violência e o uso de drogas no Bairro Novo.

Críticas

Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo colocaram em dúvida o resultado esperado nas ações "policialescas" do Pronasci. "Isto é a policialização das políticas públicas. O problema principal é que se está pedindo para que atores, agentes sociais e membros do estado que não teriam a função implantem políticas sociais", diz o sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos sobre Segurança Pública e Direitos Humanos da UFPR.

Já o consultor de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho diz que o programa é completamente ineficaz para a redução de crimes.

"Pessoas pobres precisam de atenção, formação profissional, mas redução de violência se chama polícia, justiça e cadeia. Eles estão gastando tempo e dinheiro e não vão ter resultado com a criminalidade. O Rio Grande do Sul teve uma experiência parecida nos governos Olívio Dutra e Tarso Genro e o problema não foi resolvido."

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