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Ponta Grossa – O fechamento temporário do Pronto-Socorro Municipal de Ponta Grossa, anunciado oficialmente ontem pelo prefeito Pedro Wosgrau Filho, não deve afetar o atendimento das aproximadamente 10 mil pessoas que procuram o serviço mensalmente. A garantia foi dada por Wosgrau e pelo secretário municipal de saúde, Alberto Olavo de Carvalho. Segundo eles, os atendimentos serão relocados para quatro hospitais da cidade. O estabelecimento fecha suas portas a partir da primeira quinzena de outubro para uma reforma e a expectativa da prefeitura é que seja reaberto em dezembro ou janeiro de 2006.

Os serviços de consultas, triagem de pacientes e encaminhamentos para internamentos passam a ser realizados por dois prontos-atendimentos, que estão sendo providenciados pela prefeitura. Esses centros terão capacidade para manter pacientes em observação por até seis horas. Os hospitais que receberem os internamentos devem dividir, de acordo com os serviços prestados, os R$ 132,9 mil e as 340 Autorizações de Internamento Hospitalar (AIH) recebidos hoje pelo Pronto-Socorro.

Cada hospital ficará encarregado por internamentos por um determinado tipo de especialidade. Para a Santa Casa de Misericórdia serão encaminhados os pacientes que necessitarem de atendimento na área de oncologia e nefrologia. O hospital também dividirá com o Hospital Bom Jesus os internamentos neurológicos e cardiológicos. Os dois hospitais também farão cirurgias de emergências. No Hospital Vicentino ficarão os casos de ortopedia e também cirurgia emergenciais e o Hospital Cidade cuidará dos atendimentos de média complexidade.

Hoje, o Pronto-Socorro serve como um "ponto de baldeação", nas palavras do próprio secretário, onde o paciente chega e é encaminhado ao internamento em algum hospital na cidade. Normalmente a vaga não aparece facilmente. Ainda ontem, 19 pacientes aguardavam internamentos em leitos comuns e quatro em UTI. A partir disso ficam três perguntas - por que as filas acabarão da noite pro dia? Os hospitais estariam negando leitos para o Pronto-Socorro? O Pronto-Socorro é dispensável?

Para o presidente da Comissão Municipal da Saúde, o vereador e médico José Carlos Raad, a administração deixou sem respostas as três questões. Ele prevê um caos em 20 dias. Raad acredita que os hospitais não conseguirão dar conta da demanda do Pronto-Socorro, que é de aproximadamente 400 pessoas por dia. "Eles já atendem uma média de 300, como de uma hora pra outra vão atender mais 400? Não haverá condição adequada para isso", diz.

Por outro lado, é consenso entre prefeitura e todos os órgãos que lidam com a saúde a necessidade da reforma do Pronto-Socorro, construído há 15 anos. Falta ao estabelecimento até mesmo a licença sanitária. "Desde que inauguramos o Pronto- Socorro, há uns 13 anos, nunca foram feitas essas obras, e está mais do que na hora", explicou o prefeito.

Números

R$ 2 milhõesÉ o valor que os gastos com obras e compras de equipamentos para o Pronto-Socorro Municipal podem atingir.

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