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Em novembro, funcionários colocaram tapumes de madeira na porta do pronto-socorro da Santa Casa | Roberto Custódio/ Jornal de Londrina
Em novembro, funcionários colocaram tapumes de madeira na porta do pronto-socorro da Santa Casa| Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina

Pagamento autorizado

O projeto que autoriza a prefeitura de Londrina a pagar os incentivos aos médicos plantonistas com recursos do próprio município foi aprovado na Câmara Municipal por unanimidade, em sessão extraordinária, ontem. Pressionados pela categoria, os parlamentares aceitaram o projeto para tentar pôr fim à suspensão dos atendimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS), iniciada na manhã de ontem. No entanto, não há garantias de volta ao atendimento.

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Londrina - O atendimento emergencial de saúde parou ontem em Londrina. Os prontos-socorros da Santa Casa, Evangélico e Hospital do Câncer foram fechados porque não há médicos especialistas para atender os pacientes. Sem honorários desde julho, cerca de 350 médicos cruzaram os braços.

A Santa Casa de Londrina lacrou as portas do pronto-socorro com tapumes de madeira, usados em construção. A medida foi adotada para evitar qualquer tipo de depredação ou atos de vandalismo. No Evan­­gélico, três seguranças e uma corrente fecharam a entrada do PS. A falta de médicos obrigou a direção do Hospital do Câncer a cancelar con­­sultas que estavam agendadas. Nos três hospitais são atendidos, em média, 400 pacientes diariamente.

"É muito triste que uma instituição tenha que fechar as portas. Vamos fazer todo o esforço para levar essa proposta ao corpo clínico, para agilizar a situação e resolver essa pendência. Lamentamos que tenha chegado nessa situação", ressaltou o superintendente da Santa Casa, Fahd Haddad, no plenário da Câmara Municipal da cidade. Ele destacou a falta de diálogo com a prefeitura. "Os senhores [vereadores] nos trouxeram uma proposta do Executivo que não tivemos discussão. Se o diálogo ficar difícil, vamos pedir ajuda aos senhores."

Unidades Básicas

Com a paralisação dos prontos-socorros dos hospitais filantrópicos, a demanda de atendimento está sendo encaminhada para unidades hospitalares estaduais e para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). No entanto, em algumas UBS não foi registrada a presença de médicos.

Dagmar Souza, 40 anos, moradora do Conjunto Ernani Moura Lima, zona norte, relatou que procurou a unidade do bairro para buscar atendimento, pois estava com o pulso aberto. Para a surpresa dela, no local não havia nenhum médico para atendê-la. Uma auxiliar de enfermagem preencheu um encaminhamento para o Hospital da Zona Norte (HZN).

Ao chegar ao HZN, contudo, Dagmar não foi atendida de imediato, pois, segundo a diretora-geral do hospital, Andreza Daeir Delfino Sentonne, "seriam atendidos somente os pacientes encaminhados pelos serviços de emergência Siate e Samu". No entanto, a presença da reportagem facilitou o atendimento a Dagmar.

A reportagem tentou contato com o secretário de Gestão Pública, Marco Cito, e com o secretário de Saúde, Agajam Der Bedrossian, para que eles esclarecessem o futuro dos pagamentos de incentivos. Entretanto, ambos estavam com o telefone celular desligado.

Explicações

O prefeito Barbosa Neto (PDT), e o secretário da Saúde foram ao Ministério Público (MP), na manhã de ontem, apresentar detalhes do projeto de lei que autoriza o município a usar recursos municipais para o pagamento do incentivo aos médicos plantonistas. O promotor Paulo Tavares, do Direito da Saúde, não quis entrar em detalhes do que foi discutido. No entanto, ele ressaltou que os promotores fizeram algumas ponderações e exigiram explicações.

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