• Carregando...
Soeli Cikotski: 26 anos de magistério em xeque | Cesar Machado//Vale Press
Soeli Cikotski: 26 anos de magistério em xeque| Foto: Cesar Machado//Vale Press

Professores que concluíram o Programa de Capacitação para Docentes da Faculdade Vizinhança do Vale Iguaçu (Vizivali), de Dois Vizinhos, Sudoeste do Paraná, não concordam com a proposta do ministro da Educação, Fernando Haddad, que sugeriu a necessidade de uma complementação dos estudos para que eles tenham o diploma reconhecido pelo MEC.

A proposta foi feita à comissão criada para resolver o impasse que deixou 35 mil alunos sem o reconhecimento do diploma. "Nós entendemos que os professores não precisam complementar os estudos, porque já têm horas suficientes em sala de aula", argumenta José Lemos, diretor da APP-Sindicato, integrante da comissão.

Cerca de 10 mil professores participaram do programa da Vizivali, em parceria com a empresa Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino (Iesde). O Conselho Estadual de Educação (CEE) quer validar o diploma dos professores e propor a complementação para os outros 25 mil alunos que também concluíram a capacitação. São pessoas que trabalhavam nas escolas como estagiários, funcionários ou até voluntários, e foram aceitas no programa.

O conselheiro do CEE, Carlos Alberto Rodrigues Alves, acredita que uma nova rodada de negociações com o MEC deve ser marcada para esta semana.

A professora Soeli Cikotski tem 26 anos de magistério, sempre trabalhando em escolas de Cascavel, Oeste do estado. Em 2003, ela se inscreveu no programa da Vizivali/Iesde. "Eu precisava do diploma de curso superior e tinha um prazo até 2007 para apresentar o documento na prefeitura."

Durante dois anos, ela freqüentou as aulas semanais, numa escola em Cascavel, pagando a mensalidade de R$ 120. Em 2005, quando terminou o estudo, ficou sem o diploma."E agora, além de todos os problemas, ainda querem que a gente faça uma complementação. Isso não é correto", afirma.

Entenda o caso

O Programa Especial para Capacitação de Docentes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e da Educação Infantil, oferecido pela Vizivali/Iesde, era válido como graduação e oferecido na modalidade semi-presencial. Criado em 2002, a instituição recebeu parecer de autorização do Conselho Estadual de Educação (CEE). Em 2003, o programa foi reavaliado pelo CEE e mantido por mais dois anos. Já em 2006, o Conselho emitiu um parecer restringindo a certificação. Em seguida, decidiu que o estado não teria competência para autorizar a oferta de um programa na modalidade semi-presencial, invalidando os diplomas, o que deu origem à toda a polêmica.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]