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O proprietário da fazenda Três Pontos, em Diamante do Oeste, no Oeste do Paraná, César Cabral denunciou que a invasão de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foi organizada por políticos da região. A propriedade foi ocupada na terça-feira.

Cabral é ex-presidente por duas vezes da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), e diz que os sem-terra chegaram num ônibus da prefeitura.

"Foi uma invasão `chapa branca´ porque havia até ônibus de prefeituras transportando os sem-terra", disse Cabral, empresário paraguaio radicado há mais de 30 anos em Foz do Iguaçu. Cabral disse ainda que a polícia pode identificar quem está por trás do ato, o qual ele considerou uma afronta ao direito à propriedade.

Nesta quarta-feira os funcionários da fazenda iniciaram a retirada das 2 mil cabeças de bois. Os animais estão sendo transportados em caminhões até uma fazenda em Laranjeiras do Sul, que fica a 200 quilômetros do local.

Cabral já encaminhou o caso aos seus advogados que estão preparando o pedido de reintegração de posse da área. Até o final da tarde, o pedido não havia sido protocolado no Fórum da Comarca de Matelândia, o que deve ocorrer nas próximas horas.

A preocupação do ex-presidente da Acifi agora é com a integridade física dos sete funcionários que continuam na propriedade cuidando dos animais e com a manutenção do patrimônio.

Sobre a intenção de venda a fazenda, que tem cerca de 1.500 hectares, para fins da reforma agrária, o empresário disse que isso é possível, "mas desde que o governo pague um preço justo pelo imóvel". Cabral já pediu providência ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Cascavel e a questão vai ser debatida na próxima segunda-feira com os dirigentes do órgão federal.

A Polícia Militar está monitorando a área ocupada. Ao todo são cerca de mil integrantes do MST instalados na sede da fazenda e próximos às residências dos funcionários. Até o início da noite desta quarta-feira, nenhum incidente foi registrado.

A Secretaria de Segurança do Paraná informou através de sua assessoria de imprensa que ainda não foi comunicada sobre a ação do MST, e adiantou que o governo tem, em primeiro lugar, priorizado a negociação para a saída pacífica dos sem-terra em áreas de conflito antes de qualquer outra ação de despejo.

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