Um grupo de seis prostitutas que participaram de campanha do Ministério da Saúde que trazia a frase "Eu sou feliz sendo prostituta" vai notificar a pasta para vetar o uso de suas imagens, depois do ministro Alexandre Padilha discordar do tom das peças e mandar alterar o conteúdo.
As notificações serão enviadas individualmente. Parte veta o uso das imagens que estão no ar; enquanto outras, que já foram excluídas pelo ministério, proíbem que as imagens sejam reutilizadas.
Nilce Machado, que aparece na imagem da frase polêmica, diz que se sentiu "lesada e usada". "Saí da minha casa em Porto Alegre a convite do Ministério da Saúde, passei quatro dias em João Pessoa para discutir a campanha e ele [ministro Alexandre Padilha] não tem conhecimento do que passou no gabinete dele?", indagou.
Procurado pela reportagem, o ministério disse que ainda não recebeu as notificações e por isso não se manifestaria. Quando a campanha foi lançada, o ministro Alexandre Padilha criticou a peça com "eu sou feliz sendo prostituta". "Enquanto eu for ministro, não acho que seja uma mensagem a ser passada pelo Ministério da Saúde".
Na campanha alterada pelo Ministério da Saúde, a peça polêmica foi retirada e a ação ganhou outro nome: "Prostituta que se cuida usa sempre camisinha" em vez de "Sem vergonha de usar camisinha".
Na notificação, as prostitutas afirmam que a mudança "rompe frontalmente" com a proposta inicial. "A minha participação estava condicionada à proposta original, na qual se privilegiava o enfrentamento do estigma e preconceitos como estratégia de prevenção às DST e aids", diz a notificação.
O então diretor do departamento de DST, aids e hepatites virais do ministério, Dirceu Greco, defendeu que a mensagem tinha conteúdo de saúde, por trabalhar a redução do preconceito. Greco foi demitido após a polêmica.
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