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Um protesto de motoristas e cobradores atrasou em cerca de duas horas a saída dos ônibus da empresa São José Urbana (antiga Carmo), no bairro Parolin, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (14). Os trabalhadores reclamam, entre outras coisas, que a empresa estaria cobrando despesas relativas a acidentes dos motoristas sem que os condutores tenham direito à defesa.

A empresa foi procurada e não se pronunciou sobre o assunto até as 8h45.Dino Cesar Almeida, vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), estima que a São José Urbana tenha cerca de 150 ônibus. Do início da assembleia, às 4h30, até as 6h40, nenhum coletivo saiu da garagem. O dirigente informou que o sindicato vai tentar fazer uma reunião durante o dia com a empresa para tentar chegar a um acordo. Há possibilidade de novas manifestações, segundo ele.

A Urbs, via assessoria de imprensa, informou que às 7h30 a situação já era considerada normal no sistema de transporte coletivo. O Centro de Controle Operacional (CCO) dos ônibus conseguiu minimizar os problemas pois as linhas da empresa São José Urbana são compartilhadas, ou seja, feitas por mais de uma companhia. Mesmo assim, impactos puderam ser sentidos por usuários, principalmente nas linhas de alimentadores das regiões do Hauer e Boqueirão, além de atrasos no ligeirinho Bairro Novo.

Outras reclamações

Almeida diz que um trabalhador da empresa reclama de ter tido dias descontados após ter sido assaltado e ter documentos roubados. "Ele não pôde trabalhar enquanto não recebia os documentos novos dele e então descontaram na folha de pagamento os dias que teve que faltar. Mas isso sem dar oportunidade para ele compensar as horas. Em algumas estações-tubo também tivemos denúncia que não passa o rodízio [substituto temporário] para que os cobradores possam ir ao banheiro. Do jeito que está os trabalhadores não aguentam mais, estão todos se sentindo constrangidos e querem uma intervenção sindicato para resolver."

Outro lado

A reportagem entrou em contato diretamente com a empresa, mas a informação repassada por uma atendente foi que o responsável não estava disponível para passar informações. Um recado foi deixado para que houvesse retorno da ligação, o que não ocorreu até as 8h50.

O Sindicato das Empresa do Transporte de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou que está tomando conhecimento sobre o assunto e que vai se pronunciar em nota à tarde. O órgão adiantou que a manifestação foi uma ação isolada, sem afetar outras empresas, e disse que considera uma atitude unilateral do sindicato, já que a companhia alvo do protesto não foi avisada com antecedência.

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