Quatro policiais militares são baleados no Complexo do Alemão

Quatro policiais militares lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília, no Complexo do Alemão, foram baleados nesta segunda-feira — um em um confronto à tarde e os outros à noite. Três deles foram atingidos durante à noite, em confronto com traficantes. Deivid Ximenes Rodrigues, ferido no peito, ficou em estado grave.

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No rastro do crescente número de policiais mortos no Rio, o movimento Rio de Paz organizou um protesto na Praia de Copacabana, na manhã desta terça-feira, com 152 cruzes fincadas na nas areias na altura da Avenida Princesa Isabel. A ONG faz três reivindicações ao estado: que os policiais não sejam a única solução para o problema da segurança pública, que as famílias de policiais mortos sejam amparadas e que eles tenham melhores remunerações.

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Segundo a cabo Flávia Louzada, do 22º BPM (Maré), as cruzes representam PMs mortos em 2013 e 2014. "Só neste ano, foram 79 mortos e 258 baleados. Ontem, quatro PMs forma baleados no Complexo no Alemão. A gente sempre combateu a violência contra outras pessoas, mas agora quem preciso ser protegido somos nós."

As reivindicações dos policiais são oito: transformar em crime hediondo qualquer ato cometido contra a integridade física do policial e ou seus familiares; blindagem das unidades que abriam as UPPs; amparo mais abrangente para as famílias dos policiais mortos; respeito ao descanso do policial; acautelamento da arma para o PM, quando o estado fornece o armamento e permite que o policial fique com ele mesmo nos momentos de folga; maior agilidade na compra de armas para uso pessoal do policial; treinamentos constantes de armamento e tiro e equipamentos eficientes para o trabalho dos PMs.

O sargento Carlos Antônio de Aquino, do 25º BPM (Cabo Frio), reclamou da segregação entre duas classes de policiais e do projeto das UPPs. "O problema começa com o descaso do governo. O governador deveria criar leis mais duras e o comandante da PM deveria ser mais presente, sem essa segregação entre praças e oficiais. Nos batalhões, tem coletes vencidos e armas inoperantes. Alguns colegas morrem por causa disso. Já a UPP nada mais é do que um DPO (Destacamento de Policiamento Ostensivo) com mais efetivo, mas as favelas não estão pacificadas. E ainda tem muitas drogas nos morros. parece um acordo de cavalheiros entre a bandidagem e os governantes."

Mães e viúvas de policiais mortos participam do protesto. Elas reclamem que não recebem apoio adequado do estado. "Os estado dá seis salários mínimos para a família do Amarildo. Para a família de PMs mortos o estado não dá nada. Não adianta dar bandeira e medalha no dia do enterro", disse Rozemar Vieira da Silva, mãe de um policial morto.