Aproximadamente 30 pessoas participaram do terceiro ato contra o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba no fim da tarde desta terça-feira (21). Organizado pelo grupo CWB Resiste, o protesto teve pouca adesão popular e foi transformado em uma distribuição de panfletos para quem passava pela pPaça Rui barbosa. A manifestação acabou sendo marcada pela grande quantidade de policiais militares nos entornos do local.
Para um dos organizadores do ato, Evandro Castagna, a repressão policial na manifestação do dia 6 de fevereiro foi uma das principais razões para a redução gradual no número de participantes nos protestos. “Aquilo foi brutal e desnecessário e certamente assustou muita gente”, aponta. “Na nossa segunda ação, tinha muitos policiais, incluindo alguns com armas à mostra, e isso afastou ainda mais. É uma forma consciente de intimidar”.
E a quantidade de soldados na praça realmente chamou a atenção de quem passava pelo local. Embora a PM não revele números por “questões estratégicas”, a reportagem contabilizou mais de dez viaturas e cinco motos circulando pelas ruas próximas à praça. “Eu não me assustei com o número de pessoas, mas com a quantidade de policiais”, conta Juliana Rocio. Ela passava pela Rui Barbosa quando o ato estava começando a se organizar e disse se incomodar com a demonstração de força da PM. “Não vejo problema na presença policial, mas por que a arma? Precisa mesmo andar com uma metralhadora à mostra?”, questiona.
De acordo com o major Angelotti, é natural que os policiais andem com as suas armas em punho, já que se trata de sua “ferramenta de trabalho”. “Estranho seria se o policial não estivesse com a sua arma quando precisasse”, assinala. Para Angelotti, o ddisparo que resultou na morte de um torcedor do Coritiba no último domingo não deve ser tratado como regra no que diz respeito ao acompanhamento de eventos. Segundo ele, “foi um caso isolado em anos de operação da PM”.
O major explica que a corporação destaca um número expressivo de policiais para acompanhar atos como o desta tarde por não saber quantos manifestantes podem aparecer. “Se nem os organizadores do evento saber dizer, não podemos vir com poucos soldados e sermos pegos desprevenidos”, aponta. Na página do CWB Resiste, apenas 327 pessoas confirmaram presença nesta manifestação.
Repensar estratégias
Diante da redução no número de manifestantes, o CWB Resiste estuda rever suas estratégias de oposição ao aumento da tarifa de ônibus na capital, que foi de R$ 3,70 para R$ 4,25 no último dia 6 de fevereiro. Segundo Castagna, os próximos passos deverão ser discutidos em assembleias futuras.
Ainda assim, ele acredita que algumas vitórias foram obtidas ao longo desses três protestos. “Conseguimos chamar a atenção para a tragédia que é o aumento da tarifa, seja para o cidadão da periferia, para o jovem ou para o trabalhador. É um trabalho de formiguinha”, pontua.
Fevereiro conturbado
A presença em peso da polícia militar e a redução no número de participantes do ato são reflexo de um mês bastante conturbado na capital. Já no primeiro dia da tarifa a R$ 4,25, no dia 6 de fevereiro, cerca de mil pessoas se reuniram para protestar contra o aumento. Manifestantes mascarados quebraram agências bancárias e picharam prédios e o ato acabou em confusão com a chegada da polícia militar, que disparou bombas, balas de borracha e bombas de gás contra o grupo. Oito pessoas foram detidas.
Sem confrontos, o segundo protesto teve um engajamento menor e reuniu cerca de 300 pessoas. Com uma presença maior da PM, o ato foi pacífico e os participantes apenas distribuíram panfletos no Calçadão da Rua XV.
Já na esfera jurídica, a briga pela redução da tarifa ganhou notoriedade após o Tribunal de Contas do Estado (TC-PR) decretar que a prefeitura deveria voltar aos R$ 3,70 de antes. A administração pública não acatou o pedido e levou a disputa para o Tribunal de Justiça, que deu parecer favorável ao Palácio das Araucárias.
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