Uma manifestação pelo fim da violência contra a mulher na manhã deste domingo (29) registrou tumulto e protestos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o presidente interino, Michel Temer (PMDB).
O tumulto começou quando manifestantes, que carregavam flores para levar à estátua da Justiça, na praça dos Três Poderes, foram impedidos por seguranças do STF e policiais de se aproximarem do local, bloqueado por uma cerca.
Uma mulher rompeu a passagem e começou a levar as flores do grupo, mas seguranças formaram um cordão de isolamento. Ao verem que a passagem seria impedida, outros manifestantes tentaram passar pela cerca e foram atingidos por spray de pimenta.
A Polícia Militar chegou a dar voz de prisão a um manifestante. Após gritos de “solta, solta”, o rapaz foi liberado. Segundo a PM, não houve feridos. Algumas pessoas, no entanto, relatam que passaram mal durante o tumulto e tiveram que ser socorridas.
Ao todo, cerca de 1.500 pessoas participam da manifestação, segundo estimativa da PM. O ato, chamado de Marcha das Flores, foi organizado por 35 coletivos feministas do Distrito Federal após os casos recentes de estupro coletivo de mulheres do Rio de Janeiro e do Piauí.
Aos gritos de “30 contra uma”, em referência ao número de homens investigado no estupro de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro, a manifestação começou por volta das 10h, quando o grupo saiu em caminhada da região do Museu da República em direção à estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes.
No STF, manifestantes estenderam um varal de calcinhas manchadas de tinta vermelha, em referência aos casos de estupro. Mulheres também pintaram a palma das mãos na cor vermelha e entoaram gritos de “basta”.
O grupo também segurava faixas com as mensagens “Nada justifica o estupro” e “A culpa nunca será da vítima”. Ao fim do protesto, houve gritos de “Fora, Temer”, e “Fora, Gilmar, defensor de estuprador” - em alusão a um habeas corpus concedido pelo ministro do STF Gilmar Mendes ao médico Roger Abdelmassih, acusado de estupro de pacientes em sua clínica de fertilização in vitro.
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) também foram alvos de gritos de protestos. “Existe apenas uma causa para o estupro: o estuprador”, afirma Maria Paula de Andrade, do coletivo de Mulheres Negras do DF e uma das organizadoras da manifestação.
“Queremos mostrar que o número de mulheres que repudiam [os casos de estupro e outras agressões à mulher] é infinitamente maior do que qualquer violentador”, diz a produtora Eli Moura, que veio à marcha para representar o coletivo Fênyx. “Não somos muitas, somos incontáveis”, completa.
Caiado e Marçal cobiçam apoio de Gusttavo Lima para eleições em 2026
Moraes pede manifestação da PGR sobre passaporte de Bolsonaro; assista ao Sem Rodeios
Troca de comando na Câmara arrisca travar propostas que limitam poder do STF
Governo do Tocantins vive crise política deflagrada após investigações da Polícia Civil
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora