Uma manifestação de estudantes bloqueou por cerca de uma hora e meia a rodovia BR-116, nos dois sentidos, nesta terça-feira (2), nas proximidades do Ceasa, em Curitiba. Das 9 às 10h30, cerca de 300 pessoas fecharam a estrada, na altura do km 117, na Vila Pompéia, bairro Tatuquara. De acordo com a Autopista Planalto Sul, concessionária que administra o trecho, o congestionamento chegou a 5 quilômetros nos dois sentidos. Apesar da promessa dos manifestantes de interditar a rodovia a cada 15 minutos durante a tarde, isso não ocorreu.
O objetivo da mobilização foi lembrar a população de que, nesta terça, a demolição do Colégio Beatriz Faria Ansay completou cinco anos. À época, em 2005, a previsão da Secretaria de Estado da Educação era de que a escola seria reconstruída em menos de um ano, mas até hoje os alunos estudam de maneira improvisada, em outros lugares.
A partir das 18h30 desta terça, carca de 100 manifestantes fizeram um novo protesto, desta vez em frente ao prédio que hoje abriga os cerca de 1,2 mil estudantes, situado à Rua Delegado Bruno de Almeida, no Campo Santana. A intenção foi de denunciar à população as condições precárias com as quais os alunos têm que conviver desde a demolição do antigo prédio. "É um prédio comercial, totalmente improvisado, com perigo de ocorrer acidentes, com a possibilidade de as paredes e o teto caírem", descreveu o professor de Geografia, Gérson Luiz da Cruz.
As mães dos alunos prometem promover, na quarta-feira (3), piquetes para impedir que os ônibus transportem os estudantes ao local onde as aulas são realizadas.
Na quinta-feira (4), o grupo deve ser recebido para uma reunião na Secretaria de Educação. "Já tivemos muitas outras audiências e sempre escutamos promessas e nada de concreto. Esperamos que desta vez seja diferente", disse Cruz. "Nós queremos que um novo prédio seja construído na antiga sede da escola, cujo terreno hoje está abandonado", concluiu
Caso
O local onde funcionava o Colégio Beatriz Faria Ansay foi demolido em 2005. A expectativa era de que o colégio fosse reconstruído em pouco tempo. Naquele período, os alunos foram transferidos para a escola municipal Leonel Brizola, que fica a 2 quilômetros. Os alunos do período noturno foram para outra escola mais próxima, a Escola Municipal Professora Érica P. Mlynarczyk. Em meados de 2006, o prédio no Campo Santana passou a sediar as aulas.
Das três empresas que foram licitadas para assumir a reforma e ampliação do antigo prédio do Colégio Beatriz Faria Ansay, nenhuma delas conseguiu finalizar as obras, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).
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