Protesto em SP também acaba em confusão
Um grupo de pessoas encapuzadas usou paus, pedras e até marretas para depredar as vidraças e caixas eletrônicos de ao menos cinco agências bancárias da região central de São Paulo. A maioria dos integrantes era do black bloc e participava de protestos iniciados na avenida Paulista e no Theatro Municipal, em apoio à greve na USP e dos professores no Rio de Janeiro.
Os manifestantes viraram um carro da Polícia Civil na avenida Rio Branco, próximo à rua Aurora. O veículo faz parte da frota do 3º DP (Campos Elíseos).
Nas avenidas Ipiranga e Rio Branco, foram destruídas três agências do Santander, uma do Itaú e uma do Bradesco. Um McDonalds da avenida Ipiranga também foi invadido e depredado. Em um Habbibs na mesma via, os manifestantes jogaram uma bomba e ainda roubaram um extintor.
O grupo deixou um rastro de destruição por onde passou. Sacos de lixo foram amontoados e incendiados em diversas vias do centro da cidade. Os black blocs reviraram lixeiras e até tentaram roubar um colchão de um mendigo para atear fogo, mas foram impedidos pelo morador de rua.
A entrada do metrô República foi parcialmente fechada após tentativa de invasão dos manifestantes.
Dezenas de mascarados atiraram pelo menos 20 coquetéis molotov dentro da Câmara de Vereadores do Rio (Cinelândia, no centro) nesta segunda-feira (7), à noite durante manifestação em apoio à greve dos professores. O grupo ainda tentou invadir o prédio e destruiu bancos, lojas e bancas de jornal. O edifício onde funciona o Clube Militar foi atacado e teve a portaria e o primeiro andar incendiados. Um ônibus foi incendiado. A 200 metros do local, tropas da Polícia Militar (PM) assistiam ao ataque sem interferir. Só agiram 30 minutos após o início do ataque, com bombas de efeito moral.
A violência da ação dos mascarados, vinculados ao grupo Black Bloc, e a apatia dos policiais militares marcaram a manifestação desta segunda, iniciada de maneira pacífica no largo em frente à igreja da Candelária. O tumulto começou já na Cinelândia, após marcha pela Avenida Rio Branco.
Para surpresa dos manifestantes, a Cinelândia estava sem polícia quando da chegada da cerca de 5 mil pessoas que participaram da passeata, na avaliação do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe). Na avaliações de entidades que estiveram representadas no protesto, havia pelo menos 20 mil pessoas.
A falta de policiais pode ter estimulado o vandalismo. Os primeiros ataques aconteceram em agências bancárias da região. Um Banco do Brasil e um Itaú foram destruídos. Barricadas de fogo surgiram na Cinelândia e em ruas vizinhas.
A pouco mais de 200 metros da Câmara, cerca de 40 policiais formaram um cordão em frente ao Quartel General da PM, a partir das 19h40. Mas não seguiram em direção à Cinelândia, o que estimulou os manifestantes. Pedregulhos foram arremessados em direção à tropa, que continuava impassível.
Os mascarados decidiram, então, atacar a Câmara, alvo já antigo das manifestações. As bombas caseiras e coquetéis molotov foram atirados por entre as grades do portão de ferro da Rua Evaristo da Veiga. O portão foi forçado, mas os manifestantes não tiveram força para derrubá-lo.
Dentro do Palácio Pedro Ernesto (nome da sede do Legislativo municipal), funcionários e seguranças respondiam com jatos de extintor. Não havia informações sobre os prejuízos dentro do prédio histórico.
A partir do momento em que a PM agiu, os depredadores recuaram. Mais agências foram destruídas, sendo que uma delas, do Banco do Brasil, teve os caixas eletrônicos incendiados. Os black blocs fugiram pela Avenida Rio Branco e em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, também alvo de protestos violentos desde o início das manifestações, em junho. Outros fizeram fogueiras em frente ao Clube Militar, quase na esquina da Rio Branco com a Avenida Santa Luzia. O clube foi atacado com pedras e explosivos. O fogo atingiu o primeiro andar até ser apagado.
Ao longo da Rio Branco, a principal do centro carioca, praticamente todos os prédios foram atacados por pelo menos 200 mascarados. Portarias de vidro, jornaleiros, bancos, lanchonetes galerias, nada escapou. Às 21h, na esquina com a Rua Sete de Setembro, uma patrulha da PM foi escorraçada a pedradas pelos manifestantes.
A falta de ação da PM já havia sido registrada duas vezes nessa onda de protestos. A primeira delas em 17 de junho, quando a Alerj foi atacada e o comércio das imediações, destruídos e saqueados.
As coberturas e laterais dos pontos de ônibus também foram destruídos. A bandeira do Estado do Rio, hasteada numa agência do Banco do Brasil, foi arrancada e substituída por um pano preto, sem que os policiais interferissem.
O protesto foi promovido em apoio aos professores das redes municipal e estadual, em greve.
Veja fotos do protesto no Rio
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