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Protesto funciona e UFPR reformará salas

Uma das oficinas do curso de Design da UFPR: ateliê foi interditado há um ano e meio por falta de recursos para manutenção | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Uma das oficinas do curso de Design da UFPR: ateliê foi interditado há um ano e meio por falta de recursos para manutenção (Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo)

O protesto fez a diferença e o Departamento de Marketing da Universidade Federal do Paraná (UFPR) obteve o compromisso de ter reformado o 12.° andar do edifício Dom Pedro I, da Reitoria, onde funcionam as oficinas do curso. Ontem pela manhã, cerca de 150 estudantes protestaram pedindo a reforma do local. Eles passaram por todos os andares do edifício e se concentraram no pátio da Reitoria. Uma grande faixa pendurada no prédio chamava a atenção para o estado de abandono do local. "O 12.° andar existe e ele vai cair", alertava a faixa.No espaço de aproximadamente 350 metros quadrados funciona o ateliê dos estudantes de Design, onde são feitos trabalhos em madeira, papel e cerâmica, protótipos e modelagem para produtos. O local é utilizado desde 1977, quando foi instalada uma oficina de marcenaria. Em 1990 houve uma ampliação, seguindo o modelo de outro espaço no mesmo andar, utilizado pelo curso de Arqueologia. Só que a falta de recursos para preservar o ateliê levou a direção do curso de Marketing a interditar o local, há um ano e meio. Ontem, a Reitoria se comprometeu a abrir uma licitação na próxima semana para contratar as empresas que reformarão o espaço. A obra deverá custar entre R$ 350 mil e R$ 400 mil.

Segundo o estudante do quinto ano Diego Silvério, 24 anos, há problemas de alagamento, resíduos acumulados e até de in­­filtração, que atinge o 11.° andar. Há canos de esgoto expostos, vidros quebrados e telhas faltando. "Quando alguma coisa estraga, vai ficando", diz Silvério. "Sabemos que é uma universidade pública e que às vezes há outras prioridades, mas temos a informação de que há verba do Reuni (Programa de Re­­estru­turação e Expansão das Univer­sidades Federais, do governo federal) que está parada. Pelos nossos cálculos, o prazo para aplicar esse recurso está acabando", afirma.

Enquanto os estudantes protestavam, a chefe do Departamento de Design da UFPR, Dulce Fer­­nandes, participava de uma reunião em que obteve o compromisso de que a licitação será aberta na próxima terça-feira. A previsão é de que a obra comece em janeiro. Dulce teme que o curso perca a posição conquistada no último Exame Nacional de Cursos (Enade). "O espaço não está sendo usado, os alunos estão trabalhando nos corredores", afirma. "No último Enade, o curso ficou entre os três me­­lhores do Brasil. Tememos não conseguir repetir esse índice", acrescenta. Ela estima que a reforma dure pelo menos três meses. "Vai ter de ser retirado tudo e refazer uma estrutura nova, com um telhado novo", estima.

Apoio

O protesto de ontem teve apoio de estudantes de outras instituições. "Temos uma boa relação e vie­­mos apoiar", disse o estudante Cassio Silveira, 18 anos, que cursa Design na Universidade Tec­­nológica Federal do Paraná (UTFPR). Enquanto os estudantes de Design batucavam no pátio da Reitoria, outros reclamavam do barulho. "Prejudicou bastante. Tínhamos de ouvir gravações e foi praticamente impossível", disse uma estudante de Letras que pediu para não ser identificada.

A reportagem da Gazeta do Povo solicitou na quinta-feira à UFPR os dados sobre investimentos feitos com recursos do Reuni neste ano. Ontem, a assessoria informou que não seria pos­sível passar os dados porque se­ria preciso fazer um levantamento.

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