O protesto fez a diferença e o Departamento de Marketing da Universidade Federal do Paraná (UFPR) obteve o compromisso de ter reformado o 12.° andar do edifício Dom Pedro I, da Reitoria, onde funcionam as oficinas do curso. Ontem pela manhã, cerca de 150 estudantes protestaram pedindo a reforma do local. Eles passaram por todos os andares do edifício e se concentraram no pátio da Reitoria. Uma grande faixa pendurada no prédio chamava a atenção para o estado de abandono do local. "O 12.° andar existe e ele vai cair", alertava a faixa.No espaço de aproximadamente 350 metros quadrados funciona o ateliê dos estudantes de Design, onde são feitos trabalhos em madeira, papel e cerâmica, protótipos e modelagem para produtos. O local é utilizado desde 1977, quando foi instalada uma oficina de marcenaria. Em 1990 houve uma ampliação, seguindo o modelo de outro espaço no mesmo andar, utilizado pelo curso de Arqueologia. Só que a falta de recursos para preservar o ateliê levou a direção do curso de Marketing a interditar o local, há um ano e meio. Ontem, a Reitoria se comprometeu a abrir uma licitação na próxima semana para contratar as empresas que reformarão o espaço. A obra deverá custar entre R$ 350 mil e R$ 400 mil.
Segundo o estudante do quinto ano Diego Silvério, 24 anos, há problemas de alagamento, resíduos acumulados e até de infiltração, que atinge o 11.° andar. Há canos de esgoto expostos, vidros quebrados e telhas faltando. "Quando alguma coisa estraga, vai ficando", diz Silvério. "Sabemos que é uma universidade pública e que às vezes há outras prioridades, mas temos a informação de que há verba do Reuni (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, do governo federal) que está parada. Pelos nossos cálculos, o prazo para aplicar esse recurso está acabando", afirma.
Enquanto os estudantes protestavam, a chefe do Departamento de Design da UFPR, Dulce Fernandes, participava de uma reunião em que obteve o compromisso de que a licitação será aberta na próxima terça-feira. A previsão é de que a obra comece em janeiro. Dulce teme que o curso perca a posição conquistada no último Exame Nacional de Cursos (Enade). "O espaço não está sendo usado, os alunos estão trabalhando nos corredores", afirma. "No último Enade, o curso ficou entre os três melhores do Brasil. Tememos não conseguir repetir esse índice", acrescenta. Ela estima que a reforma dure pelo menos três meses. "Vai ter de ser retirado tudo e refazer uma estrutura nova, com um telhado novo", estima.
Apoio
O protesto de ontem teve apoio de estudantes de outras instituições. "Temos uma boa relação e viemos apoiar", disse o estudante Cassio Silveira, 18 anos, que cursa Design na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Enquanto os estudantes de Design batucavam no pátio da Reitoria, outros reclamavam do barulho. "Prejudicou bastante. Tínhamos de ouvir gravações e foi praticamente impossível", disse uma estudante de Letras que pediu para não ser identificada.
A reportagem da Gazeta do Povo solicitou na quinta-feira à UFPR os dados sobre investimentos feitos com recursos do Reuni neste ano. Ontem, a assessoria informou que não seria possível passar os dados porque seria preciso fazer um levantamento.
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