São Paulo Parentes das vítimas do acidente com o vôo 3054 da TAM tomaram, na tarde de ontem, o saguão do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para lembrar os dois meses da tragédia completados hoje. Eles protestaram contra a falta de informações sobre as causas do acidente e reclamaram do que chamam de negligência da empresa aérea e do governo federal.
Familiares das vítimas, que passaram o fim de semana reunidos em São Paulo, lançaram um manifesto com as críticas e criaram uma associação.
Segundo o pai de uma das vítimas, Maurício Pereira, a associação será constituída formalmente em uma reunião nos próximos dias 20 e 21, em Porto Alegre. "O que nós queremos é transparência. Eu não vou descansar enquanto não souber quem são os responsáveis pela morte da minha filha. Amanhã (hoje) completamos dois meses dessa tragédia e vemos uma investigação a passo de tartaruga."
Também foi discutida a proposta de projeto de lei para a criação de um tribunal especializado em julgamento de acidentes aéreos. A idéia será levada hoje à CPI do Apagão Aéreo, em Brasília. Representantes das famílias participarão de audiência pública com deputados.
No encerramento do encontro, cerca de 150 parentes de vítimas levaram rosas ao aeroporto e leram os nomes de todas as vítimas.
No manifesto, os familiares dizem que a TAM dá informações desencontradas sobre o caso e que ainda há "aeronaves voando com problemas. A TAM afirmou que trabalha para oferecer as informações necessárias às famílias e que realiza a manutenção dos aviões de acordo com a legislação.
Está prevista para amanhã a assinatura de um termo de compromisso, mediado pelo Ministério Público e pelo estado, em que a TAM assegura direitos às famílias, como plano de saúde e ajuda psicológica por dois anos. Os parentes querem um plano vitalício. Outro benefício previsto é o apoio logístico e jurídico para obtenção das cópias de boletim de ocorrência, declaração e certidão de óbitos e autorização judicial para cremação.
