MST abre cancelas de pedágio em São Miguel do Iguaçu
A praça de pedágio em São Miguel do Iguaçu , no quilômetro 704,5 da BR-277, no Oeste do Paraná, foi invadida por cerca de 30 integrantes do movimento MST na manhã desta quarta-feira (17). A ação dos manifestantes durou pouco mais de 20 minutos. O fechamento das cancelas aconteceu por volta das 9h35 e permaneceu até às 9h55. No decorrer do ato, filas foram formadas dos dois lados das cancelas, mas sem grande extensão.
Durante seis minutos, no fim do protesto, as cancelas foram abertas pelos manifestantes para a livre circulação de veículos. Após o ato os manifestantes deixaram o local.
No local, acontece a Operação Fronteira Blindada reunindo forças policiais no combate ao contrabando e ao narcotráfico, coordenada pela Receita Federal. Apesar do efetivo já presente no local devido à operação, um grupo de 10 policiais rodoviários foi deslocado do comando de Foz do Iguaçu para o município vizinho. Segundo informou a PRF, nenhum incidente foi registrado.
A Eco Cataratas não informou sobre a quantidade de veículos que permaneceram na fila, tão pouco sobre os prejuízos causados com a abertura das cancelas.
No Pará, MST manifesta-se contra pedido de liberdade de condenado por massacre em Eldorado
Integrantes do MST e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) organizaram protesto nesta quarta-feira (17) no sudeste do Pará contra a impunidade em casos de violência no campo e a possível liberação de um dos condenados pelo massacre de Eldorado do Carajás. As ações, parte do chamado "Abril Vermelho" do MST, lembraram os 17 anos do massacre de abril de 1996, que resultou nas mortes de 19 sem-terra pela Polícia Militar paraense.
No local do massacre, a "Curva do S" na BR-155, entre Eldorado do Carajás e Marabá, cerca de 2 mil manifestantes protestaram contra o pedido do coronel Mário Pantoja para cumprir a pena de 228 anos de prisão em regime domiciliar.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam nesta quarta-feira (17) 20 rodovias estaduais e federais no Paraná, em um protesto nacional em memória ao massacre de Eldorado do Carajás (PA), ocorrido em 1996. As estradas ficaram fechadas por 21 minutos, entre as 9 h e as 9h21 - número alusivo às 21 mortes ocorridas no confronto entre os sem-terra e policiais militares, há 17 anos (o MST inclui na lista dois óbitos que ocorreram nos dias seguintes ao conflito). De acordo com as polícias rodoviária estadual e federal do Paraná, não houve tumulto.
Os sem-terra também fizeram um protesto em frente ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), em Curitiba, para onde levaram 21 cruzes com os nomes dos colegas mortos no massacre. "Queremos mostrar à sociedade a morosidade do Poder Judiciário", diz José Damasceno, membro da coordenação estadual do MST no Paraná. Para ele, a Justiça tem tomado decisões "tendenciosas" contra o movimento. "Uma reintegração de posse sai em até 24 horas, mas quando se trata de desapropriação fundiária, os processos se arrastam por anos e anos."
A coordenação estadual do MST terá uma reunião com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na manhã desta quarta-feira para reivindicar o assentamento de 5.100 famílias que estão acampadas no Paraná, em cerca de 60 áreas ocupadas. Segundo ele, a maioria dos acampados está nas áreas desde o início do governo Lula. "O ritmo de assentamentos desacelerou muito desde então", afirma Damasceno.
Ponta Grossa Os integrantes do pré-assentamento Emiliano Zapata de Ponta Grossa, e ligados ao MST nos Campos Gerais, realizaram um manifesto às margens da rodovia BR-376 por 21 minutos na manhã desta quarta-feira (17). A manifestação no quilômetro 506, que reuniu cerca de 200 pessoas.
Além do fechamento da rodovia, os integrantes do MST usaram a tribuna livre da Câmara Municipal para cobrar a criação de um projeto de Reforma Agrária no país. Segundo o membro da Comunidade de Resistência do pré-assentamento Emiliano Zapata, Célio Rodrigues, é preciso mais seriedade com o problema dos Sem Terra no Brasil. "São 500 sem reforma agrária e nada melhor do que o dia de hoje para cobrar das entidades competentes que ainda não tem um projeto efetivo", discursou. Célio frisou que as manifestações de 17 de abril não acontecem somente no Brasil. "Hoje é o dia em que camponeses de todo o mundo protestam".
Segundo o inspetor da Polícia Rodoviária Federal que acompanhou a manifestação, Elton José Escremin, o evento foi pacífico e o tráfego não foi prejudicado. "Eles colocaram cruzes às margens da rodovia e ergueram bandeiras do movimento", relatou.
Londrina
Na região de Londrina, o bloqueio do MST foi realizado na rodovia PR-170, no trevo de acesso a Porecatu. Mas a interrupção do tráfego durou mais que os 21 minutos. Os motoristas que utilizavam a rodovia precisaram esperar por 40 minutos. Ao final da manifestação, havia um congestionamento de 3 quilômetros em cada um dos lados da pista. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) informou que não houve tumulto.
Noroeste
Pelo menos quatro pontos de rodovias estaduais e federais da região Noroeste do Paraná foram fechadas pelo protesto do MST nesta quarta-feira (17). A BR-376 foi interditada em três pontos: próximo a Nova Esperança, no trevo de acesso a Iguaraçá e em Loanda. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em cada um dos pontos houve a interdição dos dois sentidos das estradas e havia cerca de 70 manifestantes munidos de cartazes e de faixas para lembrar o massacre que ocorreu há 17 anos.
A PR-317 teve um ponto de bloqueio, próximo a Santo Inácio. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), havia cerca de 40 manifestantes no local.
Em nenhum dos pontos de protesto houve intervenção policial. De acordo com a polícia, as manifestações foram finalizadas de forma pacífica e não houve registro de qualquer tumulto. Apesar dos pequenos congestionamentos, o trânsito foi normalizado rapidamente em todos os casos, segundo a PRF e a PRE.
Protesto na Esplanada dos Ministérios
Manifestantes do MST percorreram a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), pedindo o fim da impunidade no campo. Os manifestantes - estimados em 500 pela Polícia Militar e pelo MST - saíram por volta das 7 horas do acampamento onde estão alojados, no Setor de Indústria e Abastecimento, e caminharam até o Supremo Tribunal Federal (STF), onde fizeram uma pausa às 9h40, para homenagear os 21 trabalhadores rurais sem terra mortos no Massacre de Eldorado dos Carajás.
Além de lembrar os mortos, os manifestantes pedem agilidade no processo de reforma agrária. Segundo o movimento, há em todo país, 150 mil famílias acampadas e 69 mil grandes propriedades improdutivas. Às 10h20, os manifestantes deixaram o STF e se dirigiram ao Ministério da Justiça, onde pedirão uma audiência para tratar da impunidade no campo e dos processos judiciais que, segundo eles, impedem a aquisição de 193 áreas pelo Incra.
Durante a manhã, a Comissão de Direitos Humanos do Senado também realiza audiência sobre os conflitos agrários e a impunidade no campo. Os sem-terra, em parceria com servidores do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), distribuíram 2 toneladas de alimentos produzidos em acampamentos e projetos de assentamento. Foram entregues cerca de 800 sacolas com quiabo, feijão-de-corda, mandioca, batata-doce, chuchu, abóbora e abobrinha verde.
Para Reginaldo Marcos Aguiar, diretor da Associação dos Servidores da Reforma Agrária em Brasília, a parceria é para mostrar "que a luta por essa reforma não é só uma luta política, mas também tem o objetivo de deixar claro que os assentamentos da reforma agrária, do Incra e da agricultura familiar produzem alimentos de qualidade, sem agrotóxico e sem causar mal a quem os consome".
Integrantes do movimento participaram de uma reunião no Ministério da Justiça (MJ). Segundo o representante do MST no Distrito Federal, Diego Moreira, o grupo cobrou "agilidade nos processos de julgamento e condenação dos mandantes e executores de crimes no campo". "Chega de impunidade." Em resposta, o ministério informou que vai conversar com os tribunais e o Conselho Nacional de Justiça para buscar atender a reivindicação do movimento.
No país
Em Pernambuco, 12 rodovias foram bloqueadas, segundo o movimento. Em Porto Alegre, a Secretaria Estadual de Educação foi ocupada por sem-terra que pedem maior investimento governamental na educação. Em Fortaleza, os manifestantes ocuparam a sede do Departamento Nacional das Obras contra as Secas, para negociar a situação de camponeses afetados pela estiagem.
No Rio de Janeiro, os sem-terra protestaram em frente à Superintendência Estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para exigir um plano emergencial para assentamento de 150 mil famílias em todo o país. Cantando músicas e carregando bandeiras e com os dizeres "Chega de Violência no Campo" e "Queremos Reforma Agrária Já", o grupo, com cerca de 200 pessoas, começou a passeata no bairro da Glória, na zona sul, e seguiu até a sede da companhia Vale, no centro da cidade, onde se juntou à manifestação organizada pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale. A manifestação foi acompanhada por homens da Guarda Municipal e parou o trânsito na região.
De acordo com um dos representantes do diretório nacional do MST, Marcelo Durão, os trabalhadores querem retomar as negociações com o governo. "Estamos neste mês de abril inteiro cobrando da presidenta Dilma Rousseff uma medida em relação aos assentamentos. A discussão pela reforma agrária está parada, então é importante nós acionarmos, tanto o Poder Judiciário como o governo para termos a obtenção de terras e a realização desses assentamentos", disse Durão.
Segundo dados do Incra, o número de famílias assentadas no estado do Rio chegou a 92 no ano passado, contra 113 em 2011.
Em São Paulo, integrantes de movimentos sociais em prol de moradias saíram de pelo menos sete pontos da cidade em direção à prefeitura, no centro da capital. Ali, eles integrariam um documento com reivindicações ligadas à habitação e pediriam uma audiência com o prefeito Fernando Haddad (PT). Os sem terra pretendem reunir 10 mil pessoas na porta da prefeitura paulista.
Segundo a Polícia Militar, por volta do meio-dia, cerca de 1.400 pessoas participam do ato no Viaduto do Chá, no centro. De acordo com informações da SPTrans, a presença dos manifestantes afeta também a circulação dos ônibus no local. Catorze linhas passam pelo local e tiveram seus trajetos modificados devido ao protesto.
Em Belo Horizonte, cerca de 200 sem terra bloquearam o Anel Rodoviário de Belo Horizonte, na altura do bairro Betânia, na região Oeste da capital, por 40 minutos.
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