Um protesto iniciado por volta das 18h de hoje no Morro do Alemão, zona norte do Rio, terminou em confronto entre policiais e moradores da comunidade.
Os manifestantes atearam fogo em lixeiras e pedaços de madeira, interditaram a estrada do Itararé, um dos principais acessos ao morro, e ameaçaram explodir um caminhão com combustível. A polícia reagiu com bala de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
Os moradores protestavam contra a prisão de dois moradores da região na manhã de hoje, durante operação que prendeu seis suspeitos e apreendeu um menor no complexo de favelas. Os detidos são suspeitos de envolvimento na morte de policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da região, nos ataques à sede da unidade e no tráfico de drogas.
De acordo com a Coordenadoria das UPPs, o confronto teve início quando um manifestante disparou tiros para o alto."Clima tenso no Complexo do Alemão. Tiros a todo momento. Estrada do Itararé permanece fechada e helicópteros sobrevoam a região", escreveu Rene Santos Silva, na página do jornal comunitário "Voz da Comunidade" em uma rede social, às 18h40.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora informou que policiais militares tentaram negociar com os manifestantes para que fechassem a via apenas parcialmente, sem sucesso. O trânsito só foi liberado por volta das 19h45.
Além de agentes das quatro UPPs do complexo (Fazendinha, Nova Brasília, Adeus e Baiana e Alemão), foram acionados militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Tropa de Choque.
O efetivo faz buscas pela comunidade em busca de suspeitos que teriam disparado da entrada da estrada do Itararé durante o protesto. A operação contará ainda com policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), que oferecem suporte à 45ª DP (Complexo do Alemão).