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Pais e alunos do Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay, na Vila Pompéia, no bairro Tatuquara, em Curitiba, protestaram ontem pedindo mais segurança para parte dos estudantes que precisaram ser transferidos para outra escola por causa de obras de reforma. O trabalho começou no ano passado, mas agora está parado.

De acordo com a comunidade, desde o ano passado as alunos de 6.ª e 7.ª séries precisam andar cerca de três quilômetros numa estrada deserta, cercada por um matagal, para continuar estudando. Segundo os moradores, pelo menos uma vez por semana um aluno é assaltado. "Tem gente que já foi assaltada mais de uma vez", conta Marcos Fontoura. Ele é pai de uma adolescente de 13 anos que foi roubada na última sexta-feira. A menina voltava para casa junto com outros dois amigos e foi ameaçada com uma arma no rosto. Ela e os dois colegas tiveram que entregar os tênis e terminar o resto do caminho descalços.

Fontoura lembra que os pais só aceitaram transferir os filhos para outra escola por causa do compromisso da Patrulha Escolar de sempre acompanhar as crianças, o que não vem acontecendo. De acordo com Fontoura, a preocupação da comunidade vem aumentando com o fim do ano letivo, porque no próximo ano os alunos do bairro que concluíram a 4.ª série não terão onde estudar se a reforma não for concluída.

O coordenador estadual e operacional do programa Patrulha Escolar Comunitária, Vanderley Rothenburg, diz que vai intensificar o trabalho preventivo das equipes na região. Mas segundo ele, o patrulhamento desempenhado já vem dando resultado. Na semana passada, a patrulha prendeu dois homens e apreendeu um adolescente infrator que agiam no bairro. Com eles foram encontrados objetos roubados e uma arma de fogo. Além do trabalho, o coordenador informa que os policiais do programa também agem orientando a comunidade escolar sobre procedimentos de prevenção. O conselho é de que os estudantes devem sempre andar em grupos com mais de quatro pessoas e evitar ir para a escola com roupas ou calçados caros e de marca, que chamam a atenção. Segundo Rothenburg, as crianças também não devem ir com celular para aula, porque o aparelho está sendo visado pelo bandidos, que o usam como moeda de troca.

A Secretaria de Estado da Educação (SEED) informa que pretende resolver em uma semana o impasse jurídico que paralisou a obra na escola. De acordo com o órgão, a empresa responsável pela reforma teria abandonado o trabalho e a SEED avalia a melhor forma de resolver a situação.

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