Uma manifestação em prol da conservação de uma praça no bairro Alto da Glória reuniu cerca de 100 participantes na manhã deste sábado (29), em Curitiba. O local, que estaria ameaçado pela possibilidade de construções de obras viárias na região, fica no encontro das ruas Paraguassu, Doutor Goulin e Cambará, perto do Estádio Couto Pereira.

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A aglomeração dos participantes ocorreu em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ciclistas desmontados distribuíram panfletos e conversaram com as pessoas que participam da feirinha que acontece na Praça Santos Andrade, no Centro.

A caminhada seguiu até a praça, no Alto da Glória, onde famílias fizeram piqueniques e permaneceram até as 14 horas. Apresentações de música de bandas locais foram feitas para os participantes da atividade. Brincadeiras com crianças também foram promovidas no local.

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O filósofo e professor Jorge Brand, um dos organizadores do evento, diz que a ideia do evento é transformar a praça em referência de uma causa. "Nossa intenção é colocar essa praça como o um símbolo de uma mudança cultural na cidade sobre a maneira como são utilizados os espaços públicos pelas pessoas na capital", diz.

Brand diz que o movimento "Salve a Praça!", como é conhecido, promoverá em todos os últimos sábados do mês um evento como o que ocorreu nesta manhã. "Há pessoas que dizem não ir às praças porque está cheio de usuários de drogas e traficantes. Mas por que a população não ocupa também os espaços públicos? O espaço de convivência acaba sendo o shopping, e não a rua. Queremos alertar para um outro tipo de relação com a cidade", relata.

A praça

A praça do Alto da Glória não existe oficialmente no mapa, por isso não tem nome. O movimento que puxa a manifestação disse que um documento da prefeitura mostra o mapa da cidade na região sem o espaço. Uma demolição aconteceria para dar lugar à formação de um binário – vias rápidas de apenas uma mão – para a circulação rápida de veículos.

A prefeitura, no entanto, diz não ter a intenção de fazer mudanças no local. Em julho deste ano, no entanto, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) anunciou que havia projetos de abrir quatro cruzamentos da capital, atualmente fechados pela presença de ruas sem saída que desembocam em praças, incluindo a do Alto da Glória. Obras semelhantes já foram feitas, em 2010, nos bairros Mercês e Cristo Rei, para melhorar a fluidez do trânsito.

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