Terminou sem acordo mais uma reunião entre representantes dos sindicatos de aeronautas (tripulantes), aeroviários (que trabalham nos aeroportos) e companhias aéreas. O encontro aconteceu depois que os aeroviários promoveram um protesto que tumultuou o embarque de passageiros no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã de ontem.
Cerca de cem manifestantes interromperam pela manhã o trânsito na Avenida 20 de Janeiro, que dá acesso aos terminais de embarque e desembarque. Policiais usaram spray de pimenta para terminar com o protesto e liberar o trânsito. Ninguém foi preso. No início do mês, o sindicato já havia deflagrado uma "operação tartaruga" nacional.
Devido ao engarrafamento que se formou com o protesto de ontem, passageiros tiveram de andar cerca de dois quilômetros com suas bagagens. Entre os clientes da Webjet, doze perderam seus voos devido ao congestionamento no acesso ao aeroporto. Na Gol, foram 16 pessoas e na TAM, 25. De acordo com as companhias, os passageiros foram reacomodados em outros voos.
Os aeroviários e aeronautas reivindicam 15% de reposição salarial e 30% de aumento em alguns pisos. Já as companhias propõem agora apenas um aumento equivalente à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de cerca de 5,5%, e deixar para discutir o aumento real em abril ou maio de 2011.
À tarde, uma comissão foi recebida por representantes do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), mas não houve acordo. Para o sindicato, a proposta é "uma vergonha". "A aviação para. Aí nos escutam". Essa era a posição dos manifestantes, em uma das faixas carregadas no protesto.
"O que eles pedem de reajuste é impossível. Ninguém ganhou isso no país. Todo ano o sindicato tenta impor esse terror e os prejudicados são os passageiros, porque as companhias aéreas já venderam as suas passagens", disse o presidente do SNEA, Jorge Márcio Monsão Mollo. "Queremos mudar a data-base para discutir a questão salarial com mais calma e terminar com essa pressão antes das festas de fim de ano", afirmou.De acordo com Mollo, a reunião de ontem já estava prevista e fez parte das rodadas de negociações. Segundo ele, os sindicatos dos trabalhadores se comprometeram a elaborar nova proposta para apresentar no próximo encontro, que está marcado para o próximo dia 15, a apenas dez dias do Natal.
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