| Foto: CESAR MACHADO/Gazeta do Povo

Diversos movimentos sociais, apoiados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fizeram protestos em 11 pontos de estradas federais e estaduais do Paraná. A manifestação incluiu a liberação de cancelas de pedágio e também o bloqueio de rodovias. Os atos fazem parte da Jornada Nacional Unitária de Lutas dos Trabalhadores do Campo e da Cidade, e começaram na manhã desta quarta-feira (11), cobrando mais investimentos na produção, industrialização e venda de alimentos. Às 17h30, todas as estradas paranaenses estavam liberadas, conforme informou o MST. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também confirmou que não havia mais manifestações no final da tarde desta quarta-feira (11).

CARREGANDO :)

Com queda de 25% no número de acampados, MST reduz invasões

‘Exército’ do movimento tem capacidade de mobilização em xeque

Leia a matéria completa

Ocorreram bloqueios nas cidades de Mandaguari, Arapongas, Nova Laranjeiras e nos trevos de Ampére, Marmeleiro, Itapejara e entre Dois Vizinhos e Verê, em Francisco Beltrão, segundo o MST. Rodovias estaduais e federais em Mauá da Serra, Campo Mourão e Cascavel também foram liberadas. O último local a ser liberado foi um ponto em Jataizinho.

Publicidade

Em Cascavel, mil manifestantes ocupam praça de pedágio

Em Cascavel, no Oeste, cerca de mil integrantes do MST ocuparam o pedágio. A cada 15 minutos eles liberavam o tráfego de veículos e os motoristas passavam sem pagar a tarifa. A única exigência dos manifestantes aos motoristas era para que eles buzinassem ao passar pelo pedágio.

Segundo Elaine Verlindes, uma das líderes do movimento, as manifestações ocorrerão durante todo o dia. Ela diz que o governo relegou segundo plano a política de reforma agrária. “Nossa pauta de reivindicações é extensa, vai desde a desapropriação de terras para aquelas famílias que estão acampadas, além de crédito, habitação e a desburocratização para acessos às políticas públicas”, afirma.

A PRF acompanha as manifestações e orientou os manifestantes a reduzirem o tempo de fechamento para evitar filas quilométricas nas rodovias. “Enquanto eles permanecerem aqui nós ficaremos no local para garantir a segurança”, disse Antonio Gradin, da PRF em Cascavel durante a tarde.

A Polícia Rodovia Federal confirmou cancelas liberadas ao longo do dia na praça de pedágio de Arapongas, que fica no km 178 da BR-379, nos km 126 e 129 da BR-369, respectivamente em Jataizinho e Mandaguari, e também no Km 464 da BR-277, em Nova Laranjeiras. Já em Cascavel, a PRF diz ter ocorrido um protesto que interditou a BR-277, com intervalos de liberação. A mesma situação ocorre em Mauá da Serra, no Km 295 da BR-376.

Os manifestantes pedem a retomada das compras com doação simultânea do Programação Nacional de Alimentação (PAA) e Programação Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Eles também cobram maior agilidade na realização da Reforma Agrária com o assentamento das 6 mil famílias acampadas, mais investimentos na educação, a realização de uma Reforma Política com participação popular e mais políticas públicas de inclusão e desenvolvimento social.

Participaram da mobilização o MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assesoar), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf/Pr), Rede Puxirão dos Povos e Comunidades Tradicionais, Terra de Direitos, União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Sistema Cresol de Cooperativas de Crédito Rural, entre outras.

Publicidade

Manifestantes bloqueiam entrada do Ministério da Fazenda

Trezentos manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) bloquearam, na manhã desta quarta-feira (11), a entrada de serviço do Ministério da Fazenda. Eles vieram de ônibus de áreas do entorno do Distrito Federal. As informações são da Agência Brasil.

Thiago Ávila, um dos manifestantes, disse que a vinda do MTST ao Ministério da Fazenda ocorre pelo “simbolismo” representado por essa a área do governo. “É o ministério responsável pela política econômica: por isso escolhemos vir para cá.”

Outra manifestante, Eduarda Maria da Conceição, disse que os integrantes do MTST só sairão do local depois que o governo garantir que a terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida “saia do papel”.

Este foi o segundo bloqueio da entrada de serviço do Ministério da Fazenda nesta semana. A outra manifestação ocorreu na última segunda-feira (9), quando ativistas da Fundação Educafro ocuparam a área interna da portaria de serviço do ministério. A outra entrada – a que dá acesso ao gabinete do ministro da Fazenda, Joaquim Levy – está sendo protegida pela Polícia Militar (PM).