Entre os sete jurados escolhi­dos para o conselho de sentença, que decidirá o destino de Alexan­dre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, estão quatro mulheres e três homens. A maioria femi­nina pode influenciar a deci­são?

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Acompanhei a relação dos jurados. Há profissionais liberais, pessoas mais velhas e adultos. A expectativa ao formar um júri é que ele represen­te a média da população. Como se eles estivessem lá para representar o todo. Mas é quase uma loteria. Já se definiu ainda no século 19 que a aparência não é capaz de determi­nar a atitude de um jurado perante um fato. Não dá para adivinhar se uma pessoa pensa de um jeito ou de outro somente porque ela pertence ao sexo feminino.

Durante o julgamento já houve cenas de comoção do júri, quando, por exemplo, a mãe de Isabella prestou seu depoimento. Isso pode influenciar a decisão?

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O jurado tem consciência do que precisa fazer enquanto está exer­cendo essa função. Não se influen­cia por choro maior ou menor. Nem mesmo a pessoa que chorou pode se influenciar, porque aquele é o sen­timento do momento. Não dá para dizer que uma pessoa fria (que não chorou) votará pela absolvição e nem o contrário. Nesse caso, de grande repercussão, essas nuances são mais teatrais, têm pouca ou ne­nhuma influência. O que vale é a prova técnica.

Os advogados po­dem mudar a estratégia se perceberem que os jurados estão inclinados a condenar o casal?

Um advogado até pode convencer pela comoção, mas se for contra as provas, o julgamento pode ser anu­lado. O profissional por usar a cria­tividade, emoção, mas não pode esquecer das provas, porque contra provas não há argumentos. Neste caso específico, os advogados podem argumentar que os réus são primários, sem antecedentes, que foi uma fatalidade, mas não sem tentar mostrar por meio de provas técnicas que o crime não poderia ser atribuído àquelas pessoas.

O senhor crê em uma condenação ou absolvição?

Isso é muito difícil prever, porque o excesso de comoção também pode ser prejudicial. A única coisa possível afirmar é que este não será o julga­mento final. Com certeza haverá apelações e o caso se estenderá por algum tempo.

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