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Brisa Möllmann está preparada para as duas provas | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Brisa Möllmann está preparada para as duas provas| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Serviço

Veja o cronograma da seleção da UFPR neste ano:

1ª fase: 2 de novembro, a partir das 14 horas. Os portões abrem às 12h30 e fecham às 13h30. 2ª fase: 30 de novembro, às 14 horas, prova de compreensão e produção de textos. 1º de dezembro, às 14 horas, com provas específicas.

Literatura e redação precisam de atenção

A UFPR lista dez obras de leitura obrigatória para sua prova de Literatura. Já o Enem não tem lista de livros. A ênfase está nos períodos literários, principalmente o Modernismo, segundo o professor Marlus Geronasso, do curso Acesso. "Tem performance melhor o aluno que sabe o contexto das obras e os períodos literários", diz.

Para a prova da UFPR, não adianta ler só os resumos. "O aluno que leu só o resumo sente dificuldade, porque aparecem trechos das obras na prova. O resumo é uma boa medida para quem já leu a obra, mas não para a prova toda", diz o professor de Literatura Varlei Pacheco, do curso Dynâmico.

Na redação, as diferenças são ainda maiores. O vestibular da UFPR trabalha com cinco propostas de textos curtos. Entre elas, podem estar resumo, texto opinativo, uma charge, uma carta, uma progressão, uma narrativa ou uma transposição de discurso, por exemplo. Já o Enem traz apenas uma proposta, sempre texto dissertativo-argumentativo sobre algum tema da atualidade, com até 30 linhas.

"Todas exigem um tanto de técnica e um tanto de conteúdo, e sempre propostas de temas em discussão ao longo do ano", conta a professora de Redação Cleuza Cecato, do Colégio Bom Jesus. Apesar das diferenças entre as propostas, para a professora o modo de estudar não muda. "Uma ótima maneira de estudar é fazer provas anteriores. O tema não vai se repetir, mas a técnica sim", explica.

Nos próximos dias, vários estudantes vão enfrentar uma maratona de provas. Além da primeira fase do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que acontece amanhã e conta com 57.068 inscritos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está agendado para a semana seguinte, nos dias 8 e 9 de novembro. Embora as duas provas sirvam de acesso ao ensino superior, cada uma tem as ­­suas características, desde o conteúdo até o método de correção.

A quantidade de questões é maior no Enem – são 180 perguntas nos dois dias de prova. A primeira fase do vestibular da UFPR tem 80 questões objetivas, além de uma segunda fase, com provas específicas e redação. Para 49 cursos, não há nenhuma prova adicional e o processo seletivo encerra, para os inscritos nesses cursos, com a prova de redação, no dia 30 de novembro. As provas específicas de Física, Matemática, Química, Biologia, Geografia, História, Sociologia e Filosofia terão 10 questões discursivas, valendo quatro pontos cada, totalizando 40 pontos.

Aos 17 anos, a estudante Brisa de Almeida Möllmann, do 3.º ano do ensino médio no Colégio Bom Jesus, vai fazer as duas provas pela segunda vez neste ano. "O Enem é um pouco de conhecimento de escola e um pouco de conhecimento do mundo. Na UFPR, tem muita informação e ‘decoreba’", diz. A dificuldade do Enem, para ela, está na quantidade de questões. "As da UFPR são mais objetivas, as do Enem têm textos longos", conta. Física é uma das principais dificuldades da estudante. "A Física que cai na prova da UFPR é teórica e difícil de aplicar no ­­­dia a dia, com cálculos sem muita resposta no cotidiano. No Enem é mais fácil, as questões são mais amplas e mais legais de fazer", diz.

Segundo professor de Química Robert Nespolo, do curso Dynâmico, o vestibular da UFPR pode cobrar diferentes assuntos da disciplina na mesma questão, desde a físico-química até a química geral. Entre os temas comuns, ele cita eletroquímica, radioatividade e química orgânica. "Já o Enem prioriza questões ambientais, como as causas da poluição, a combustão de compostos orgânicos", explica. Também são frequentes nos últimos anos no exame temas como termoquímica e reações orgânicas.

Os textos longos e a cobrança de uma boa leitura também estão na prova de Matemática do Enem, segundo o professor Jean Carlos Pereira da Luz, do curso Dynâmico. "De certa forma, a matemática do Enem é um pouco mais simples. Porém, a cobrança de leitura é maior", diz.

Correção

Enquanto nos vestibulares tradicionais a pontuação do aluno corresponde ao número de acertos, o modelo de correção do Enem considera o grau de dificuldade de cada questão. A Teoria de Resposta ao Item (TRI), aplicada na prova desde 2009, atribui uma pontuação com base no desempenho geral do candidato. Esse sistema consegue identificar respostas aleatórias. Por exemplo, se o aluno acerta uma questão considerada difícil, mas erra uma fácil, o TRI avalia que houve chute. Portanto, dois candidatos que acertaram o mesmo número de questões, podem ter notas diferentes.

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