O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), vai manter a resolução que anula a aliança com o PMDB no Paraná, mas não pretende se envolver mais na polêmica. A decisão foi comunicada ao deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), durante reunião da executiva nacional, na terça-feira à noite em Brasília, e coloca fim às especulações de que a cúpula tucana liberaria a coligação.
Segundo Gustavo Fruet, a avaliação da executiva é de que o candidato a presidente da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, está "bem no Paraná" mesmo com a indefinição em torno da aliança. O deputado disse ainda que, se PSDB e PMDB disputarem a eleição em palanques separados não haverá prejuízos para a campanha do tucano. "Apesar da pressão de setores do PMDB, Tasso não vai voltar atrás. A executiva nacional fez a sua parte, anulou a aliança, não vai baixar outro ato e acabou", assegurou Fruet.
O partido, segundo ele, tem autonomia para modificar decisões regionais e delegou poderes para o presidente Tasso Jereissati, que baixou a resolução anulando o item da convenção estadual do PSDB sobre a aliança. "Está tendo muita especulação no Paraná, mas o que tinha que ser feito pela executiva para efeito legal foi feito. Quem tem legitimidade agora é o diretório regional e qualquer decisão vai ter recurso", diz Fruet.
O presidente do PSDB do Paraná, deputado estadual Valdir Rossoni, disse que não esperava outra atitude do diretório nacional porque "voltar atrás seria desmoralização". Ele lembra que na semana passada peemedebistas afirmaram que a executiva revogaria a resolução, mas a possibilidade sequer foi analisada.
Para o deputado Luiz Carlos Hauly, que mantém conversas diárias com Jereissati e membros da executiva, não haverá mudança. "O PSDB não aceita essa coligação e o PMDB deveria resolver já esse problema porque a instabilidade política e jurídica deles é muito grande."
A única chance de vingar a coligação, segundo Hauly, seria o apoio declarado do governador Roberto Requião (PMDB) a Geraldo Alckmin. "Se ele (Requião) quer o PSDB, tem que dizer na imprensa nacional que apóia o nosso candidato. O PSDB não é barriga de aluguel."
A decisão sobre a validade da união dos dois partidos está nas mãos do TRE do Paraná. O prazo do Ministério Público para avaliar os documentos terminou nesta quarta-feira às 19 horas e nesta quinta o parecer deve ser entregue ao juiz responsável pelo processo, João Pedro Gebran Neto, que não tem data definida para se manifestar.
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