Brasília A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) protocolou ontem na Justiça Eleitoral um pedido para que sejam quebrados os sigilos telefônicos do presidente do PT, Ricardo Berzoini, e de outros três envolvidos no escândalo da compra do dossiê contra tucanos o advogado Gedimar Pereira Passos, o petista Valdebran Carlos Padilha e o ex-assessor do Palácio do Planalto Freud Godoy.
A cinco dias da eleição, a coligação formada por PSDB e PFL alega que o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) estaria retardando a divulgação de informações sobre o caso, à espera do primeiro turno, para não prejudicar a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é uma extensão da ação protocolada na semana passada, que pedia investigação contra o presidente por abuso de poder econômico e político e a cassação do registro da candidatura ou de um eventual novo mandato de Lula se comprovado o envolvimento dele na tentativa de compra do dossiê.
A ação em curso no TSE se estende ao ministro da Justiça, a Berzoini, Freud, Valdebran e Gedimar. Os dois últimos foram presos pela Polícia Federal com R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo para comprar o dossiê contra tucanos.
O pedido de quebra dos sigilos no período de 5 de julho a 24 de setembro deste ano foi entregue pelos presidentes do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e do PFL, Jorge Bornhausen (SC), ao corregedor-geral eleitoral, Cesar Asfor Rocha.
"O que a Polícia Federal tem que explicar, para não ficar a idéia de que enrolou a população à espera da eleição, é de quem era o dinheiro e de onde ele veio", disse Tasso. "A gente não quer ganhar nada no tapetão, mas deixar transparente o que está sendo escondido na investigação", completou.
"Operação tartaruga"
"É a operação-tartaruga comandada pelo ministro da Justiça, que vem atuando como advogado criminalista do governo", disse Bornhausen.
O argumento de tucanos e pefelistas é que a abertura dos sigilos telefônicos poderia demonstrar uma forte ligação de Gedimar e Valdebran com Freud, então assessor especial da Presidência, e com Berzoini, então coordenador-geral da campanha de Lula.
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