Com a suspensão da entrada de novos pacientes no Pronto-Socorro (PS) desde terça-feira, o Hospital Evangélico de Curitiba deixa de atender uma média de 137 pessoas por dia. A estimativa é da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, que calculou os atendimentos da emergência do hospital com base em dados do mês de outubro deste ano. A assessoria de imprensa do Evangélico não confirmou o número, mas também não informou quantos novos atendimentos eram realizados no setor.
Com a interrupção dos serviços, os demais hospitais de Curitiba e Região Metropolitana trabalham acima da capacidade operacional. O Hospital do Trabalhador registrou aumento de 20% nos atendimentos de emergência. No Hospital Cajuru, os atendimentos do Pronto-Socorro subiram de 150 para 196 por dia, crescimento de 30% do dia para a noite. Já o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, viu o movimento no PS aumentar 20%.
A prefeitura de Curitiba informa que os pacientes com problemas de saúde de baixa complexidade que procuram o Evangélico são encaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O tempo médio de espera ontem girou em torno de três a quatro horas. O Evangélico ressalta, porém, que pacientes em estado gravíssimo estão sendo atendidos e somente casos de pequena e média complexidade são enviados para outros locais.
Apesar da interrupção dos serviços do hospital, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que a maternidade da instituição e os serviços de queimados foram parcialmente reabertos. Contudo, o número de encaminhamentos de queimados e na maternidade não foram informados.
A prefeitura deu um ultimato de 24 horas para que a direção do Evangélico apresente um plano de ação para resolver os problemas de falta de suprimentos. Se a entidade não apresentar nenhum plano para normalizar a situação, ainda segundo a prefeitura, o hospital corre o risco ser penalizado com a redução dos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que não está cumprindo compromissos assumidos.
A secretaria reconhece não ter um plano B na manga, caso a paralisação no PS do Evangélico persista por mais alguns dias. Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) frisou que, apesar de administrar o Hospital do Trabalhador, a responsabilidade pelo funcionamento da rede da cidade é unicamente da prefeitura de Curitiba.
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