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O Conselho Federal de Psico­logia (CFP) recebeu, na última semana, uma denúncia, segundo a qual o psicólogo Albert Friesen continua atendendo pacientes em sua clínica, no bairro Vista Alegre, em Curitiba. O registro profissional dele havia sido cassado pelo CFP em julho deste ano, por violações ao código de ética da profissão. Entre 2007 e 2009, Friesen manteve um relacionamento amoroso com uma paciente e, ainda assim, continuou ministrando tratamento a ela.

A denúncia foi repassada pelo CFP ao Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), com orientação para que o órgão fiscalize a clínica de Friesen e constate se ele, de fato, continua atendendo. Sem se identificar, a reportagem telefonou ao consultório do ex-psicólogo, marcando uma consulta. Ele chegou a mencionar que estava impedido de atender, mas topou a análise. Questionado se teria condições de assumir um tratamento prolongado, ele confirmou.

"Temos que fazer um diagnóstico primeiro e depois a gente vê adiante", disse. Friesen ainda se recusou a atender por meio de convênios médicos. "Eu não atendo mais por convênio. Já sou um dinossauro velho", brincou.

Posteriormente, a reportagem voltou a telefonar ao consultório, mas não o localizou. A atual mulher dele retornou a ligação, dizendo que Friesen não iria se manifestar e que ele não está atendendo pacientes.

O ouvidor do CFP, Paulo Juliano Garcia de Carvalho, avalia como gravíssimas as denúncias de que Friesen continua a clinicar, apesar da cassação de seu registro profissional. "Ao exercer a profissão sem o registro, ele está indo além da infração ética. Ele está cometendo uma infração penal", disse.

Encarregado de fiscalizar o caso, o CRP-PR foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento da edição.

O caso

A cassação do registro de Friesen transitou em julgada após um processo que se estendeu por três anos, esgotando todas as possibilidades de recurso. O tratamento à paciente – que apresentava um caso severo de depressão – começou em 2002. Em depoimento, ela avaliou ter sofrido um processo de "transferência paterna", em que via no psicólogo a figura de um pai.

Em 2007, ambos assumiram o relacionamento amoroso, mas Friesen continuou a terapia com a paciente. Alguns "encontros" chegaram a ocorrer no consultório, durante as sessões, de acordo com o processo.

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