• Carregando...

PSDB vai pedir nova investigação contra Calheiros

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) disse ontem que o partido deve ingressar hoje com uma nova representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na Mesa Diretora do Senado, pelas denúncias de que estaria montando um dossiê para chantagear os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Tasso disse esperar pelo apoio do DEM na representação. Mas o DEM define somente hoje se vai endossar o pedido do PSDB.

"As circunstâncias, do jeito que estão, não dá mais. Vamos pedir celeridade imediata e a indicação de relator. O Senado virou o centro de patifaria e canalhice, não dá mais", afirmou Tasso.

O tucano afirmou que o argumento que será utilizado na representação contra Renan é o de abuso de prerrogativa de poder no Senado.

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que espera uma conversa com Demóstenes para definir se o partido vai endossar a representação do PSDB. "A nota do senador Renan é insuficiente. Quero dar a Demóstenes o direito de cobrar e ao Renan, o de se explicar. Estamos chegando no limite do aguentável. Se até amanhã (hoje) Demóstenes não tiver explicações (de Renan), vamos apoiar a representação."

Demóstenes disse que vai esperar as explicações de Renan, mas promete subir à tribuna do Senado para contestar frente à frente o presidente do Senado hoje.

O presidente do Senado é acusado de usar seu assessor especial, Francisco Escórcio – que é ex-senador – para espionar Demóstenes e Perillo. Demóstenes ficou sabendo do plano de espionagem por Pedrinho Abrão, empresário e ex-deputado por Goiás.

Brasília – Senadores da base aliada do governo e da oposição decidiram deflagrar um movimento na Casa para pressionar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a se afastar do cargo. Motivados pela expulsão dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS) da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), senadores do PT, DEM, PSDB e de outras legendas vão aderir ao movimento – articulado entre parlamentares dos três partidos, ao lado de Jarbas.

O peemedebista, que atribui a Renan o seu afastamento da CCJ, disse que o "levante" dos partidos tem como objetivo mostrar que não há clima para o senador permanecer no comando da Casa. "Não há a figura do impeachment, mas a idéia é fazer um levante contra o presidente do Senado para mostrarmos ao país a situação de grande preocupação que atinge a Casa", disse Jarbas.

Aliado do PMDB na coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT decidiu aderir ao movimento suprapartidário contra a permanência de Renan.

"O que eu sinto é um apoio de todos os senadores da bancada nessa direção. O afastamento do senador Renan da presidência é fundamental para que a gente tenha um ambiente de diálogo e o Senado possa cumprir sue papel institucional", disse o senador Aloízio Mercadante (PT-SP).

O petista disse que conversou com praticamente toda a bancada do PT no Senado, que apóia o movimento contra Renan. Mercadante disse não ficar constrangido pelo fato de partidos da oposição integrarem o "levante". "Eu concordo que tem que ser um movimento suprapartidário. É uma questão de defesa do Senado e tenho certeza que os senadores do PT apoiarão essa iniciativa."

O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), afirmou que o PT precisa se juntar ao movimento contra Renan em prol da governabilidade do país. "Se o PT não se juntar a esse movimento, é o fim da governabilidade. O governo seria sócio proprietário dessa patifaria. Depois do afastamento dos senadores Jarbas e Simon e do caso de arapongagem, a Casa se voltou contra o Renan, ficando com ele somente a chamada tropa de choque, um grupo de patifaria chefiado por outro ainda maior", criticou Tasso.

O presidente do Senado vem perdendo apoio inclusive na bancada do PMDB da Casa, formada por 19 parlamentares. Jarbas recebeu telefonemas de pelo menos oito peemedebistas em solidariedade à sua expulsão da CCJ – dispostos a mudar de postura em relação a Renan.

O grupo pretende cobrar explicações do líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), acusado por Jarbas de agir em nome de Renan para afastá-lo da CCJ ao lado de Simon. O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), também vai levar a questão para o conselho político do partido.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]